23 DE DEZEMBRO DE 2016
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O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PS, o Sr. Deputado Carlos César.
Continuação dos aplausos do PSD.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos César (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, não me levantei mais cedo para iniciar
a minha intervenção para não ser destinatário dos aplausos do Grupo Parlamentar do PSD.
Risos e aplausos do PS.
Sr. Primeiro-Ministro, neste debate quinzenal não falarei sobre o que decidimos nos últimos 15 dias, mas sim
sobre os últimos 15 meses, sobre o tempo de um Governo novo, que iniciou um novo caminho para Portugal.
Um caminho de esperança, embora num tempo não isento de perigos e de imprevisibilidades, num espaço
económico europeu repleto de interrogações e envolto numa geografia de vulnerabilidades e de conflitos
próximos. Um caminho, todavia, que a oposição dizia ser o do regresso à instabilidade.
Está à vista que se há um aspeto em que todos avaliam de forma unânime a situação política portuguesa é,
justamente, o da prova de estabilidade política que tem sido dada através da cooperação parlamentar entre o
Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista e o Os Verdes, garantindo a aprovação de
documentos fundamentais para a ação governativa, entre os quais dois Orçamentos do Estado, para 2016 e
2017, igualmente validados pela União Europeia.
A cooperação com as regiões autónomas, com as autarquias locais e entre todos os órgãos de soberania é
outra das dominantes desta situação que estamos a viver.
Outro aspeto que é do domínio da perceção pública é o da estabilidade social: 2016 é o ano com menos
greves da década.
Em síntese, nem instabilidade política, nem instabilidade institucional, nem instabilidade social. Falharam os
prenúncios da oposição, ganharam todos os portugueses!
Aplausos do PS.
Sr.as e Srs. Deputados, a oposição apregoava também o colapso das finanças públicas no que dizia ser — e
passo a citar — «um caminho que nos levaria inevitavelmente a um outro resgate».
Pelo contrário, o défice, este ano, será o mais baixo da democracia portuguesa. Portugal, pelas mãos do
Governo do PS, sairá do Procedimento dos Défices Excessivos.
O Governo faz prova de que é possível associar uma política de melhoria económica e de responsabilidade
social a uma política de responsabilidade financeira e de boas contas públicas, cumprindo a Constituição e
defendendo condignamente os interesses portugueses nos contextos europeus.
Em síntese, e uma vez mais, falhou a oposição no seu mau agoiro, mas ganhou Portugal!
Aplausos do PS.
A ação do novo Governo não podia, nem pode, ignorar os sofrimentos infligidos às pessoas e às famílias
nestes últimos anos, iniciando, por isso, um processo e um caminho de recuperação dos seus rendimentos, da
sua segurança e dos seus direitos. Um caminho que a oposição desdenhou, qualificando-o como um
desperdício.
Eliminaram-se os cortes das pensões, dos vencimentos dos funcionários públicos e a sobretaxa de IRS
(imposto sobre o rendimento de pessoas singulares); alargou-se o abono de família; repôs-se o valor de
referência do rendimento social de inserção e do complemento solidário para idosos; aumentou-se a prestação
única da deficiência; reduzimos as taxas moderadoras e admitimos mais 1000 médicos, 1596 enfermeiros, 312
técnicos de diagnóstico e terapêutica; lançámos os procedimentos para a reabilitação de 36 centros de saúde e
para a construção de novos hospitais; alargámos a tarifa social de energia; estabelecemos a atribuição gratuita
de manuais escolares. Fizemos isso e fizemos muito mais!