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6 DE JANEIRO DE 2017

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Aliás, o Bloco de Esquerda teve a oportunidade de, ainda recentemente, de fazer chegar uma pergunta ao

Ministério da Saúde sobre a PPP de Cascais. Tendo em conta denúncias que nos chegaram por parte de

profissionais, tivemos conhecimento de que a PPP de Cascais usa e abusa dos falsos recibos verdes, no caso

de enfermeiros, médicos e assistentes operacionais. A PPP de Cascais usa e abusa de um expediente de

manipulação de indicadores para depois dizer que tem bons indicadores de prestação de cuidados de saúde.

Mas, afinal, não é bem assim, o que faz é manipular esses próprios indicadores.

E, por isso, o que gostava de perguntar à Sr.ª Deputada Carla Cruz é se tem conhecimento destas situações

e se crê, como o Bloco de Esquerda, que a única forma de garantir direitos de trabalho aos profissionais do SNS

é, realmente, reverter estes hospitais para a gestão pública e que a melhor forma de garantir os melhores

cuidados de saúde aos utentes é, efetivamente, reverter estes hospitais para a gestão pública.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Moisés Ferreira, agradeço-lhe a questão que nos

coloca.

Efetivamente, as PPP são um encargo que o Estado, o erário público, tem. Mas não é só a questão

económica que nos deve preocupar. É, de facto, o impacto que a gestão privada — porque é de gestão privada

que estamos a falar — tem na prestação de cuidados de saúde e na vida dos profissionais que ali exercem

funções.

Temos conhecimento, efetivamente, de que os profissionais que trabalham nas PPP, em todas as PPP,

Cascais, Braga, Vila Franca de Xira, Loures, estão sujeitos à precariedade. Grassam a precariedade, os falsos

recibos verdes, os contratos precários à peça. Grassa também o recurso a empresas de trabalho temporário, a

tarefeiros. Tal situação prejudica não só estes profissionais, na medida em que é violadora dos direitos destes

trabalhadores, porque a uma necessidade permanente tem de corresponder um vínculo de trabalho permanente

— por isso é que apresentámos uma proposta de combate à precariedade —, mas também tem repercussões

seriíssimas na prestação de cuidados de saúde, porque se viola um pilar fundamental, que é o da prestação do

trabalho em equipa, que permitiu ao Serviço Nacional de Saúde ter prestações de cuidados de saúde e permitiu

que houvesse uma evolução dos indicadores de saúde em Portugal.

Por tudo isto, no passado fomos contra as PPP, hoje somos contra o modelo atual das PPP e continuaremos

a ser contra as PPP.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Falam contra, mas baixinho!

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Por isso, apresentámos, em sede do Orçamento do Estado, uma proposta de

reversão das PPP e continuaremos a bater-nos pela reversão de todas as PPP, particularmente das PPP na

saúde, porque é sobre isso que estamos a falar.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Termino, Sr. Presidente.

Continuaremos a bater-nos para que haja uma gestão pública dos hospitais e do Serviço Nacional de Saúde

e não compactuaremos com a privatização e com a gestão privada do SNS.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Isabel Galriça Neto.

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, saudamos o despertar do

PCP de um silêncio ruidoso que tem mantido sobre a saúde…