I SÉRIE — NÚMERO 37
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Aplausos do PS.
Protestos de Deputados do PSD.
Srs. Deputados, o Partido Socialista não tem nenhuma posição de princípio contra uma ou contra outra
posição. A posição de princípio do Partido Socialista é a da salvaguarda do interesse patrimonial do Estado e
do interesse dos contribuintes,…
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Vê-se!
O Sr. João Galamba (PS): — … e ela não fecha, à partida, nem uma venda nem uma nacionalização.
A nossa posição é simples: faremos aquilo que for melhor em relação ao Novo Banco e não há nada que
determine que, por princípio, a nacionalização seja uma posição melhor ou que a venda seja uma posição
melhor. Depende das propostas, Srs. Deputados, depende do comprador e depende daquilo que o comprador
proponha fazer com o Banco.
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
O Sr. João Galamba (PS): — Nós, no Partido Socialista, não temos uma posição dogmática sobre o Novo
Banco, queremos conduzir o processo que os senhores nos legaram. Os senhores garantiram ao País que o
processo teria um enorme sucesso, que, muito provavelmente, a saída limpa na banca não só seria limpa, como
seria mesmo imaculada, que não haveria 1 cêntimo de custos para os contribuintes e que o Banco seria vendido
com uma enorme facilidade. Há declarações de todos os responsáveis políticos do PSD e do CDS, do anterior
Governo, que diziam: «Não há nenhum custo para os contribuintes. O Banco é bom, será vendido e bem
vendido!».
E depois temos uma declaração muito estranha da anterior Ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque,
que, como sempre nestes debates, está sentada na última fila do Parlamento.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Lá está ele! Agora a Deputada não se pode sentar onde quer?!
O Sr. João Galamba (PS): — Em setembro de 2015, Maria Luís Albuquerque disse que entendia que se
devia vender o mais rapidamente possível, porque esperar por melhores tempos para vender não seria o melhor
negócio, e que até defendia que a venda tivesse sido feita a um mês das eleições, mas que não o pôde fazer,
porque o Banco de Portugal não estava de acordo.
Srs. Deputados, entendamo-nos sobre uma coisa: se é o Banco de Portugal que conduz a venda, os Srs.
Deputados do PSD e do CDS não podem dizer, em setembro, que a decisão é do Banco de Portugal e, uns
meses depois, no âmbito do mesmo processo, dizer que a responsabilidade é do atual Governo!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Srs. Deputados, vamos ver se nos entendemos: desde que este Governo tomou posse, estamos a resolver
problemas no setor financeiro que ou os senhores não resolveram ou os senhores agravaram!
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
Risos do PSD.