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I SÉRIE — NÚMERO 37

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Aplausos de Os Verdes e do PCP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado João

Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Lembrando uma frase

que as esquerdas muitas vezes proferiram acerca do setor financeiro, diria que o setor financeiro é demasiado

importante para ser deixado ao sabor dos complexos ideológicos.

Infelizmente, isso é o que tem acontecido nos últimos tempos. Ouvimos falar do Novo Banco, mas ouvimos

falar pouco sobre aquela que será a solução efetivamente mais favorável para os contribuintes portugueses,

aquela que poderá ser uma estratégia do Banco para o período pós-solução, seja ela qual for, e principalmente

para aqueles que advogam a nacionalização querem um banco nacionalizado para quê? Para fazer o quê? O

Novo Banco distingue-se, nomeadamente, da Caixa Geral de Depósitos em quê? Sobre isso, não há nenhuma

resposta.

Portanto, a única coisa que fica é efetivamente o complexo ideológico. Isso não é de estranhar quando vem

das bancadas do PCP e do Bloco de Esquerda; de estranhar é a posição do Partido Socialista sobre o Novo

Banco. O Partido Socialista tinha uma oportunidade política, caso fosse da opinião de que o Banco devia ser

nacionalizado. Podia, quando assumiu a responsabilidade do Governo de Portugal, ter interrompido o processo

que estava em curso relativamente à venda do Novo Banco, dizendo que considerava que a melhor solução era

a nacionalização. Podia tê-lo feito, mas não o fez. Ao não o fazer, manteve uma linha que vinha de trás e, assim,

naturalmente, tem de ser responsável pela coerência da linha que manteve. O que não se pode compreender é

que o Partido Socialista mantenha em curso um processo de venda e depois pareça estar a torcer em silêncio

para que a venda corra mal e se faça a nacionalização. Isso não prejudica nenhum outro interesse que não seja

o interesse nacional.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Ora bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não se compreende que quem tem a responsabilidade do

Governo assuma uma posição no Governo, que é a da venda, e depois, no silêncio, queira afinal que a

nacionalização se concretize.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Essa posição do Partido Socialista pode custar milhares de

milhões de euros aos portugueses e é totalmente irresponsável.

Por isso, no CDS, o que dizemos é claro: não alinhamos nesta estratégia totalmente suicida e irresponsável

do Partido Socialista. Se o Partido Socialista escolheu manter o processo de venda, então que o processo de

venda corra bem. Se o Partido Socialista escolheu manter o processo de venda, que se analisem as propostas,

que se escolha aquela que possa ser melhor para o País e que se concretize o processo; que não se embarque

num chorrilho de declarações públicas que só podem prejudicar esse processo, feitas por aqueles que deviam

ser os primeiros responsáveis para que o processo corresse bem.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Já sabemos que até ao momento, ao contrário daquilo que

anunciou fazer, o Partido Socialista só tem conseguido, do ponto de vista da gestão do setor financeiro,

resultados extremamente negativos.

Começou pelo BANIF, em que insistiu numa solução apressada e fez uma entrega de favor do BANIF ao

Santander. Este foi o primeiro falhanço do Partido Socialista relativamente ao setor financeiro.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!