O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 37

8

O Sr. Marco António Costa (PSD): — Ainda o País não se refez do episódio Caixa Geral de Depósitos e já

o Novo Banco entra na berlinda mediática. Talvez assim se possa desviar a atenção de uma Caixa Geral

Depósitos ainda à deriva.

Nos últimos oito dias, temos sido brindados com notícias que transmitem uma narrativa evolutiva,

encaminhadora para a inevitável nacionalização do Novo Banco.

Hoje, será difícil encontrar um português informado que saiba ao certo o que pretendem o Governo e a

maioria parlamentar da esquerda que o apoia relativamente ao Novo Banco. Querem vendê-lo? Ponderam a

sua liquidação? Ou, como parece ficar claro nos últimos dias e nestas últimas intervenções, pretendem a sua

nacionalização?

Mas a que custos? A que custos tudo isto está a ser feito e a que custos pretendem realizar tal

nacionalização?

Recorde-se que o PS votou a favor das conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito ao BES. E estas

são muito claras nos seus dois pontos principais: o BES desabou devido a erros de gestão; a Resolução do BES

foi uma decisão da exclusiva responsabilidade do Banco de Portugal e foi considerada pela Comissão de

Inquérito como o menor dos males, face ao leque de soluções disponíveis no início de agosto de 2014.

A aventada hipótese de uma experiência de nacionalização provisória do Novo Banco, seguida da venda a

um privado, já foi tentada no BPN e custou milhares de milhões aos contribuintes num banco de pequena

dimensão. O que será com um banco da dimensão estruturante do Novo Banco?

Para o PSD, e atendendo aos factos históricos, tal opção é um erro absoluto. Mais: seria um paradoxo o

Governo querer mais um banco público, quando trata de forma tão desastrada aquele que já é seu.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!

O Sr. Marco António Costa (PSD): — Ao Governo compete, com discrição e com eficácia, gerar condições

para a venda do Banco, garantindo a salvaguarda dos contribuintes.

Não é bom prenúncio deste processo a forma quase pública como responsáveis comentam propostas e o

processo negocial, culminando, quase sempre, com o pedido de nacionalização.

Hoje, começa a ficar claro que o Governo de esquerda e a maioria parlamentar que o suporta elegeram o

sistema financeiro como instrumento de combate político para tentar diminuir os resultados que no passado

foram alcançados pelo Governo do PSD e do CDS-PP…

Protestos do Deputado do PCP Miguel Tiago.

… e, assim, também procurar arranjar, em antecipação, uma justificação para os seus insucessos

governativos.

É com preocupação que, por fim, deixamos uma nota sobre a emissão de dívida pública, realizada ontem, a

um juro muito mais elevado do que era exigido há um ano, custando isso, adicionalmente, aos portugueses mais

400 milhões de euros.

É caso para dizer que estes são os factos, o resto são desculpas de quem não preparou convenientemente

o futuro e, agora, colhe o resultado das suas imprudências governativas.

Há um ano, este Governo ainda gozava da boa reputação nos mercados, deixada pelo Governo do PSD e

do CDS.

Risos do Deputado do PCP João Oliveira.

Agora, a circunstância evidencia que este Governo não é capaz de gerar confiança em tais mercados.

Se é verdade que esta intenção confessa de nacionalizar o Novo Banco é uma intenção que está a ser

ensaiada, da parte do PSD cá estaremos para, de forma muito concreta, fazer uma fiscalização atenta de tudo

aquilo que pretendem fazer.

Não contem connosco para aventuras ruinosas. Não contem com o PSD para repetir erros que os senhores

cometeram no passado.