13 DE JANEIRO DE 2017
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O Sr. Marco António Costa (PSD): — Sei que o Sr. Deputado Carlos César está incomodado e quer,
porventura, usar da palavra para dizer alguma coisa sobre alguma proposta. Mas, se o Sr. Deputado quiser
apresentar aqui as propostas, estamos disponíveis para as discutir, já que o Governo não trouxe as propostas
ao Parlamento, nem o Banco de Portugal, e já que, de forma tão fundamentada, o Sr. Deputado se tem
pronunciado sobre esse tema.
Do nosso lado, não hesitaremos em estar contra uma solução que visa criar um risco para o erário público,
para os contribuintes. Cabe o Governo ter o cuidado…
O Sr. João Galamba (PS): — Então, o que é que querem fazer? Digam lá!
O Sr. Marco António Costa (PSD): — Sabe qual é o problema, Sr. Deputado? É que não adianta essa
gritaria que o senhor está a fazer por uma razão muito simples: basta ler a carta do Sr. Presidente do Conselho
de Administração da Caixa Geral de Depósitos a propósito do que se passou com a sua administração para
saber que os senhores estiveram a destruir valor na Caixa durante o último ano. Os senhores são responsáveis
por estar a destruir o banco público com a pouca-vergonha que promoveram na interferência que lá fizeram. Os
senhores estiveram, no último ano, a destruir um banco que é essencial para o crescimento da economia e para
o apoio às empresas portuguesas…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Marco António Costa (PSD): — … e querem agora ter mais um banco para fazer a mesma coisa? É
isso que os senhores tencionam fazer?
Sr. Presidente, solicitamos à Mesa que diligencie no sentido de ser distribuída a carta em que o Dr. José de
Matos diz que a indecisão do Ministro das Finanças provoca graves prejuízos ao banco.
Aplausos do PSD e de Deputados do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Mariana
Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, aquilo que ouvimos do PSD não foi a defesa do interesse
do contribuinte, não foi a defesa do interesse do sistema bancário,…
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Ah…!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … foi o PSD a erguer uma fortaleza dogmática que está entre si e os
interesses do País.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Olha quem fala! Ora vejam só!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Uma fortaleza dogmática cheia de incoerências, a começar por
incoerências com o passado, porque a nacionalização do BPN foi feita com o voto favorável do PSD.
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Está enganada! É falso!
A Sr.ª MarianaMortágua (BE): — Corrijo: se preferirem, a nacionalização do BPN foi viabilizada com o voto
do PSD.
Mas o PSD nem devia falar muito sobre o assunto, porque grande parte dos acionistas que ficaram a salvo
dos prejuízos eram quadros do PSD ou amigos íntimos do partido. Bem nos lembramos da forma como Passos
Coelho elogiava Dias Loureiro: como um grande empresário do nosso País. Já agora, Dias Loureiro foi
administrador do BPN e grande responsável por todos os prejuízos que esse Banco trouxe ao País e que ainda
hoje explodem nas contas públicas!