I SÉRIE — NÚMERO 37
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Aplausos do BE.
O PSD devia ter muito, muito cuidado quando fala do que foi o BPN e o que ainda é nas contas públicas.
Já agora, também é importante lembrar que foi o PSD que vendeu o BPN ao BIC ou, melhor, ofereceu o BPN
ao BIC e geriu de forma terrível a Parvalorem desde esse momento.
Já agora, também é importante lembrar que foi com o voto do PSD que o BANIF foi vendido ao Santander.
Foi o PSD que viabilizou a venda do BANIF ao Santander e que viabilizou que o País pagasse para vender o
BANIF!
Aplausos do BE.
Por isso, a posição do PSD está cheia de incoerências e na longa lista de responsabilidades que o Sr.
Deputado Marco António Costa veio aqui trazer, se calhar, também faltam algumas relativamente ao Novo
Banco. Há um espaço temporal que está a falhar nesta discussão, pois também há responsabilidades do PSD
e do CDS no Novo Banco.
Já agora, não se está a falar da passagem de um banco do privado para o público. O Novo Banco já está no
setor público e já tem 3900 milhões do dinheiro dos contribuintes, que foram postos lá pelo PSD e pelo CDS.
Portanto, não vale a pena falar como se o PSD e o CDS não tivessem qualquer responsabilidade no caso.
Para além disso, há perguntas que devem ser respondidas: porque é que, na altura, o Banco de Portugal
disse que tinha feito uma avaliação dos ativos e agora calcula-se que falta dinheiro no Novo Banco? Qual foi a
supervisão que o Governo fez da gestão do Novo Banco?
E, já agora, respondam-me, por favor: porque é que reconduziram Carlos Costa à frente do Banco de
Portugal, que já se mostrou ser a personalidade mais incompetente para gerir a banca em Portugal?!
Aplausos do BE.
É responsabilidade do PSD e do CDS terem reconduzido Carlos Costa à frente do Banco de Portugal e o
Banco de Portugal também tem responsabilidades no que aconteceu ao Novo Banco.
Srs. Deputados do PSD e do CDS, que tanto criticam a venda do BPN, aliás, pagar para vender o BPN,
aquilo que vêm aqui defender é exatamente o mesmo, mas em mais, em muito mais. O que defenderam aqui
hoje foi a entrega do terceiro maior banco do País a um fundo abutre. Foi isso que defenderam, nem mais, nem
menos!
Srs. Deputados, digam-me, por favor: estão de acordo que 70% da banca nacional esteja em mãos
estrangeiras?
Estão de acordo em vender a banca portuguesa a um fundo abutre que a vai retalhar, que a vai vender,
estando-se pouco importando com os interesses dos contribuintes, com os interesses das empresas ou com os
interesses da economia portuguesa?
Vai até aí a fortaleza dogmática do PSD e do CDS que vos impede de ver as soluções mais claras e mais
óbvias?
Estão até disponíveis a vender mal o Novo Banco, que os senhores puseram no setor público, onde injetaram
3900 milhões sabendo que não eram recuperáveis? Vai até aí o dogmatismo do PSD e do CDS?
Srs. Deputados, a posição do Bloco é política, sim, mas é muito clara: aprendemos com os erros do passado.
O Sr. CarlosAbreuAmorim (PSD): — Não parece!
A Sr.ª MarianaMortágua (BE): — A banca é demasiado importante para estar nas mãos de agentes
privados, que apenas querem lucrar com o negócio do crédito especulativo e se há coisa que a crise financeira
demonstrou é que não faz nenhum sentido ser o Estado a sociabilizar as perdas, ser o Estado a gastar o dinheiro
dos contribuintes para salvar bancos para, depois, entregar esses bancos aos mesmos agentes que
especularam e que os puseram na falência e na miséria.