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13 DE JANEIRO DE 2017

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nacionalização temporária com vista à sua venda, e o Estado e os portugueses, ainda hoje, estão a pagar essa

falsa nacionalização, a que o CDS, hoje, teima em chamar «nacionalização», sabendo perfeitamente que o que

agora propõe para o Novo Banco é uma exatamente igual falsa nacionalização, ou seja,…

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … que o Fundo de Resolução tenha absorvido os custos do BES para depois

vender, o mesmo é dizer uma nacionalização temporária para depois vender.

Por último, Sr. Presidente e Srs. Deputados, uma nacionalização que também ultrapassa as questões

orçamentais e contabilísticas não olha apenas para o valor do ativo que é possível vender, também vê naquele

ativo uma ferramenta e um instrumento de soberania, de soberania financeira, de soberania económica, de

soberania política para Portugal.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Uma decisão que implicará certamente o confronto com as regras e os dogmas

que as instituições e a União Europeia continuam a impor aos Estados e que, nomeadamente, conduzem à

concentração bancária que, do ponto de vista do PCP, deve ser combatida com todos os esforços.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — A última intervenção neste debate é da Sr.ª Deputada Mariana

Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, PSD e CDS conseguiram fazer o milagre

da transformação: trouxeram dois bancos para o setor público, injetaram 4600 milhões de euros dos

contribuintes nesses dois bancos e tentaram convencer o País de que isso era um bom negócio,…

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Não é verdade!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … dizendo que, desta vez, nem os bancos estavam no setor público, nem

este dinheiro era dos contribuintes e que até iria dar lucro. Nós vimos bem o lucro que deu o BANIF: deu um

resultado de 2000 milhões de euros dos contribuintes a somar àqueles que já lá estavam.

E também vimos o bom resultado que deu no caso do Novo Banco, porque, Srs. Deputados, os 3900 milhões

de euros só seriam devolvidos de duas formas: ou o banco era vendido e isso era resposto ou, então, os bancos

pagavam. Mas foi ainda durante o mandato do Governo PSD/CDS que os senhores se aperceberam de que não

se conseguia vender o banco, porque tentaram vendê-lo e não conseguiram. Nós lembramo-nos disso!

Foi também ainda durante o mandato do PSD/CDS que o empréstimo dos bancos ao Fundo de Resolução

começou a ser negociado para um prazo de 20 anos, ou seja, para nunca mais!

Portanto, tanto o PSD como o CDS sabiam perfeitamente que os 3900 milhões de euros…

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … que estavam injetados no Novo Banco era dinheiro público, tal como o

Novo Banco está hoje na esfera pública.

A única pergunta que temos de fazer é: já que pagamos, queremos controlar o banco ou queremos vendê-lo

a um fundo abutre?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, está encerrado o debate de atualidade ao

abrigo n.º 10 do artigo 72.º do Regimento.