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13 DE JANEIRO DE 2017

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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … ou que a taxa de juro de Espanha seja também inferior à que era

em dezembro de 2015, enquanto que, para Portugal, essa mesma taxa de juro é, hoje, superior à que era há

um ano.

Sr. Deputado, não são estes países também periféricos?! Não viveram estes países também dificuldades?!

Não têm estes países também dificuldades?! Não estão estes países também na zona euro?! Não existe também

para eles o Banco Central Europeu?!

Protestos do Deputado do PS Eurico Brilhante Dias.

Não será que algumas escolhas — e os riscos que essas escolhas trazem — são percebidas e fazem-se

pagar, ou, por outro, fazem-nos a todos pagar? Não deixa de ser o cerne do socialismo que os senhores praticam

fazerem-nos a todos pagar pelas vossas escolhas.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Na versão pior.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Deputado, há uma alternativa fundamental aqui. Nós podemos

olhar para a situação de Portugal e dizer: «Não podemos fazer rigorosamente nada, se as coisas correrem mal

foi azar, se correrem bem foi sorte.» É uma visão um bocadinho limitada da atuação de um governo e

particularmente preocupante num partido que o apoia, mas parece ser, em todo o caso, a visão do Partido

Socialista. Não seria mais sensato perceber que podemos, pelo menos, ser cautelosos e ter cuidado com aquilo

que nos pode acontecer e perceber que, sim, há mercados, que, sim, há consequências para as nossas atitudes

e, como tal, atuar de acordo com isso?

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Com certeza, Sr. Presidente.

Pergunta o Sr. Deputado se não seria melhor concentrarmo-nos no BCE. Bom, acho que era importante

concentrarmo-nos no BCE, mas também era importante que o Governo se começasse a concentrar um

bocadinho naquilo que pode fazer e parasse de se endividar, já agora, mais que não fosse, para cumprir aquilo

que prometeu em campanha eleitoral. Se assim fosse, a dívida no ano passado teria sido menor e não maior,

como, de facto, foi.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado

Duarte Pacheco.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, saúdo-a e saúdo o CDS

pelo tema que trouxe, nomeadamente por alertar os portugueses para aquilo que está a acontecer. Muitas vezes

temos a sensação de que as pessoas estão alheadas da realidade e, portanto, é fundamental as pessoas

perceberem o drama que está a acontecer.

Este agravamento das taxas de juro na emissão que foi feita ontem, face há um ano, para o mesmo prazo,

significa um agravamento da fatura, que os portugueses vão pagar, em 400 milhões de euros, durante este

período. São 400 milhões de euros a mais em impostos que os portugueses terão de pagar para cobrir este

aumento da taxa de juro, e isto decorreu para Portugal mais do que para qualquer outro país. E sabemos que

depois isto acontece para as empresas, para o sistema financeiro, para as famílias. Todos vamos pagar mais.

Claro que isto acontece, mas há quem diga, como já aqui ouvimos dizer: «Mas acontece para todos!».

Mentira! Mentira e mentira, três vezes mentira!

Se olharmos para três países, Portugal, Espanha e Irlanda, e vermos qual era o juro que estava para o

mesmo período, a 10 anos, no dia 11 de janeiro de 2016 e no dia 11 de janeiro de 2017, verificamos que: para