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I SÉRIE — NÚMERO 37

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O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Partido Socialista quer

convencer-nos de que todo o ruído e todos os equívocos à volta deste processo são, afinal, estratégia negocial.

Então, sobre estratégia negocial, há que deixar bem claro o seguinte: é muito diferente não excluir a

nacionalização de advogar a nacionalização desvalorizando um ativo que se quer vender.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!

O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — Se é para não excluir a nacionalização, bastava para isso estar

calado, porque todos sabem que a nacionalização é sempre uma opção.

O Sr. João Galamba (PS): — Ai é?!

O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — O Partido Socialista não esteve calado, falou — e de que

maneira! —, prejudicando em muito o processo.

Sobre a gestão e a negociação do Partido Socialista quanto a estas matérias, os portugueses têm memória

e sabem que o Partido Socialista já vendeu e já nacionalizou. Quando o Partido Socialista vendeu o BANIF,

entregou-o de favor ao Santander;…

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. JoãoPinhodeAlmeida (CDS-PP): — … quando nacionalizou o BPN, prejudicou significativamente

os contribuintes.

A propósito do que o Partido Socialista hoje veio dizer, passo a ler o que foi dito no dia 11 de fevereiro de

2009: «A nacionalização do BPN não vai prejudicar os contribuintes».

Sr. Deputado João Galamba, o que disse hoje foi o mesmo que disse o Sr. Primeiro-Ministro José Sócrates,

em 11 de fevereiro de 2009. Sabemos o que aconteceu e, portanto, sabemos o que pode vir a acontecer!

O que deixamos hoje muito claro é que o CDS nada fará para contribuir para que o Estado português, os

contribuintes portugueses sejam prejudicados por causa deste processo.

Tal como todos os portugueses, temos memória sobre a incompetência do Partido Socialista a gerir estes

processos. Deixamos o alerta e não deixaremos de fiscalizar o que os senhores farão em nome dos contribuintes

portugueses e de tirar responsabilidades de quem as tem, de quem foi incompetente no passado e parece não

ter aprendido nada com essa incompetência.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel

Tiago.

O Sr. MiguelTiago (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O PCP, como, aliás já anunciou, irá trazer a

esta Assembleia, para discussão e votação, um projeto de resolução que propõe precisamente a nacionalização

do Novo Banco em termos muito precisos.

Para terminar este debate, também é útil que fique clara a posição do PCP para que esta confusão de

conceitos em torno do termo «nacionalização» não tolde a nossa capacidade de discernimento sobre o que está

em causa.

O que o CDS agora utilizou como exemplo, o BPN, é precisamente aquilo que está defender que se faça no

caso do Novo Banco e é isso mesmo que o PCP pretende evitar. Pretende-se uma nacionalização que segregue

e escolha aquilo que faz sentido nacionalizar e — deixando de fora o que não faz sentido nacionalizar para

evitar, dentro dos possíveis, qualquer integração de prejuízos — integrar numa instituição pública a criar com a

nacionalização do Novo Banco. Pretende-se exatamente o oposto daquilo que se passou com o BPN — como

propõem o CDS e o PSD e, em certa medida, o PS —, uma nacionalização que não seja temporária ou transitória

ou com vista à valorização do ativo para venda. A falsa nacionalização do BPN foi isso mesmo, foi uma