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I SÉRIE — NÚMERO 37

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O Sr. MiguelTiago (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Na intervenção do PSD, o Sr. Deputado Marco

António Costa referiu-se ao sistema financeiro e, especialmente, a dois bancos.

Sr. Deputado, em relação ao alarme e às atoardas que o PSD e o CDS têm lançado contra a Caixa Geral de

Depósitos, é curioso que o façam sistematicamente para ocultar as vossas próprias responsabilidades na

situação da Caixa…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. MiguelTiago (PCP): — … e que passem sempre por cima do facto de não terem cumprido um plano

de reestruturação que apresentaram e de terem objetivamente contribuído para descapitalizar a Caixa, quando

fizeram uma falsa capitalização com um empréstimo que fez a Caixa perder mais dinheiro do que propriamente

ser capitalizada.

Aplausos do PCP.

Portanto, Sr. Deputado, foi por não terem cumprido o plano de reestruturação com que se comprometeram

que, de certa forma, a Caixa está na situação em que está. Aliás, uma boa parte da situação se deve a isso.

Sobre o Novo Banco, Sr. Deputado Marco António Costa, relembramos as palavras dos responsáveis do

Governo do PSD e do CDS, nomeadamente as de Maria Luís Albuquerque, a Ministra das Finanças de então:

«Os contribuintes receberão necessariamente de volta o seu montante. Não há risco neste empréstimo. Será

reembolsado independentemente do que aconteça» e, mais, «Aconteça o que acontecer ao Novo Banco, o

Estado não vai ser chamado a pagar eventuais prejuízos. Isso tem de ficar muito claro».

O Sr. João Oliveira (PCP): — Vejam bem!

O Sr. MiguelTiago (PCP): — Hoje, estamos confrontados com uma situação que é bastante diferente e é já

claro que o Estado terá de ser chamado a pagar uma parte dos prejuízos do Novo Banco. A questão é a de

saber o que fazer para reagir da forma que melhor salvaguarde o interesse público.

O Sr. Deputado Marco António Costa falou em aventuras ruinosas. Aventuras ruinosas? Sr. Deputado,

aventura ruinosa foi dar 1100 milhões de euros aos donos do BANIF, não pedir contas nenhumas, deixar fazer

o que queriam e ainda esconder o problema aos portugueses para fingir que havia uma saída limpa.

Aplausos do PCP e do Deputado do PS João Galamba.

Sr. Deputado, aventura ruinosa foi não capitalizar a Caixa, emprestar-lhe dinheiro e ainda cobrar juros para

que a Caixa depois ficasse com dificuldades de capital para promover a banca privada, que essa, sim, é o

verdadeiro amor do PSD.

Aplausos do PCP.

Sr. Deputado, aventura ruinosa foi ter colocado 4900 milhões de euros dos portugueses no BES, dizer que

os portugueses não iam ser chamados a pagar nada, não identificar os destinatários dos assaltos feitos ao BES

que provocaram estes prejuízos — prejuízos até maiores —, não congelar os ativos e o património dos

banqueiros e da sua família para pagar os prejuízos que eles próprios provocaram. Estas, sim, Sr. Deputado,

são aventuras ruinosas que colocam o País confrontado com a situação com que agora está.

Aplausos do PCP.

A obsessão do PSD e do CDS, Sr. Deputado — e, infelizmente, está cada vez mais à vista com a vossa

estratégia de constante achincalhamento de tudo o que é público —, não é a defesa do sistema financeiro e

muito menos a defesa da banca pública; bem pelo contrário, é o ataque cerrado à natureza pública da banca, é

a defesa constante da banca privada e dos privados que dominam a banca, independentemente, por exemplo,