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I SÉRIE — NÚMERO 40

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Felizmente para os utentes dos transportes públicos foi possível colocar um ponto final nas privatizações dos

transportes urbanos de Lisboa e do Porto. O Governo levou avante o seu compromisso, o compromisso que

tinha assumido com os portugueses: descentralizar a operação da Carris, e fê-lo com a Câmara Municipal de

Lisboa; descentralizar a STCP para seis municípios da Área Metropolitana do Porto, o que está a ser praticado.

É esta a vontade dos utentes, é esta a vontade dos autarcas.

Mas não compreendemos bem esta incoerência da direita e do PSD. Às segundas-feiras, terças-feiras,

quintas-feiras e sextas-feiras defendem a descentralização na saúde, na ação social e noutros setores, mas à

quarta-feira estão contra a descentralização para as câmaras municipais, na área dos transportes.

Aplausos do PS.

Em novembro de 2015, quando começou o mandato deste Governo, a empresa STCP tinha 844 motoristas;

em dezembro de 2016, há um mês, tinha 921 motoristas, registando um aumento de 77 motoristas no primeiro

ano deste Governo.

Em 2012, a STCP tinha 93 milhões de passageiros. Quando o PSD e o CDS saíram do Governo este número

desceu para 69 milhões. Em quatro anos a empresa perdeu 24 milhões de passageiros, uma quebra de 26%.

Nos primeiros dez meses de 2016, face ao período homólogo de 2015, o serviço da empresa registou um

acréscimo de 100 000 passageiros e os resultados operacionais da empresa melhoraram, porque em 2012 eles

eram negativos em 10 milhões de euros e quando os senhores saíram do Governo os resultados operacionais

da STCP agravaram-se para 21 milhões de euros negativos.

Quanto à intermodalidade, o passe Andante, em setembro de 2016, integrou 36 novas linhas e três novos

operadores. Está confirmada a extensão da rede da CP Urbanos do Porto no Andante, levando o Andante à

Trofa e garantindo mais 1 milhão e 200 000 passageiros.

A Metropolitano de Lisboa, nos primeiros dez m, a Metro do Porto aumentou 100 000, a Transtejo e a Soflusa

aumentaram 400 000.

Quanto às receitas, a Metropolitano de Lisboa teve um acréscimo de 11 milhões de euros nos primeiros dez

meses de 2016 face a 2015, a Carris de 2 milhões e 700 mil euros, a Metro do Porto de 2 milhões de euros e a

Transtejo e a Soflusa de 600 mil euros.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe que conclua, caso contrário descontará depois no tempo da

intervenção seguinte.

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Termino, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: afinal, também neste setor

e nesta área havia uma política alternativa às privatizações. Está provado que gerir estas empresas na mão do

Estado é melhor para os utentes — melhor serviço, melhores ofertas e mais qualidade.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tem a palavra o Sr. Deputado Heitor

Sousa.

O Sr. Heitor Sousa (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queria dizer que as lágrimas de crocodilo

que o PSD trouxe ao debate são de um filme que provavelmente só existirá na bancada do PSD, talvez do

mesmo realizador que esperava que o Diabo aparecesse até ao final do ano passado. Esse filme existe com

base em efabulações e alguém que perceba e conheça a realidade do sistema de transportes do País não pode,

evidentemente, aceitar.

O Sr. Jorge Costa (BE): — Muito bem!

O Sr. Heitor Sousa (BE): — Srs. Deputados do PSD, o problema foi a delapidação patrimonial e de meios

que o Governo anterior sistematicamente prosseguiu para preparar as empresas para a sua privatização, para

justificar a entrega das empresas públicas a entidades privadas, que, a partir de um grau zero de serviço público,