I SÉRIE — NÚMERO 42
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aos trabalhadores que hoje recebem o salário mínimo, medida essa que faz parte de um acordo de concertação
social celebrado em 22 de dezembro, visando o médio prazo e que engloba, aliás, várias outras matérias.
Esperemos, Sr.as e Srs. Deputados, que, pelo menos, até ao fim do debate de hoje fique claro para todos
qual é a posição de cada um dos Srs. Deputados, não apenas sobre esta medida temporária e excecional mas,
principalmente, sobre a decisão da qual ela deriva, a decisão de aumentar o salário mínimo nacional em 2017
para 557 €, um aumento, este sim, definitivo.
Aplausos do PS.
Verdadeiramente, há algo de estranho neste debate: o facto de, pelo menos, o maior partido da oposição
não ter tido a coragem de dizer publicamente, de uma forma clara e transparente, nos 20 minutos que já usou,
aquilo que parece pensar o seu dirigente máximo: este aumento não deveria verificar-se.
Aplausos do PS.
É uma clarificação que se impõe e que continua por fazer! Srs. Deputados, digam, de uma vez por todas, se
são contra ou a favor do aumento do salário mínimo para 557 € em 2017!
Aplausos do PS.
Vozes do BE: — São contra!
Protestos do Deputado do PSD Pedro Passos Coelho.
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Respondam a esta simples questão.
Mas importa deixar claras algumas verdades, outras verdades incómodas — incómodas para alguns — como
esta. Este aumento do salário mínimo foi negociado e aceite livremente sem chantagens na concertação. Em
carta divulgada publicamente e assinada por um Vice-Presidente do PSD, é o Governo acusado de exercer
chantagem sobre os parceiros sociais. É ofensivo e indigno acusar desta forma quem assume defender na
concertação o que considera serem os interesses nacionais e os interesses dos seus representados.
Por outro lado, esta redução da taxa contributiva foi acordada para envolver todos os setores, não
diferenciando ninguém, em particular o setor social. Ao contrário do que foi afirmado pelo PSD, nunca os
parceiros sociais ou o Governo se propuseram a afastar as instituições de solidariedade e as misericórdias
desse apoio. Quem propõe afastar essas instituições deste apoio é, agora, o PSD!
Aplausos do PS.
O Partido Socialista, que assume a responsabilidade deste Governo, não aceita lições de empenho e respeito
pela concertação.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Ui, nem pensar!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Foi com governos liderados pelo PS
que foi celebrada a maioria dos acordos de concertação social.
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do PSD Pedro Passos Coelho.
Foi com um governo do PS que foi celebrado o primeiro acordo sobre o crescimento do salário mínimo.