I SÉRIE — NÚMERO 47
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … mas é importante saber aquilo que se quer, isto é, se se prefere
vender ou se se prefere que ele permaneça na esfera pública, porque, aparentemente, e parece-me que isto é
óbvio, PCP e Bloco de Esquerda acham que não se deve tentar vender, de todo, que se deve optar pela
nacionalização.
A ideia de que não há uma posição de princípio e de que tanto faz vender como nacionalizar é um pouco
estranha.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Com certeza, Sr. Presidente.
Já ouvi aqui dizer que isto era uma estratégia negocial do Governo, mas a questão que fica no ar é a de
saber se isto é uma estratégia negocial ou se a permanente discussão da nacionalização é, na realidade, um
boicote negocial e esse boicote negocial vai, diretamente, impor perdas aos portugueses. E isto, Srs. Deputados,
não é aceitável!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, ainda, a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados do PSD e do CDS, os senhores tinham a
Caixa a precisar de recapitalização sem um departamento para recuperar créditos e não fizeram nada!
Enterraram 1100 milhões no BANIF, enterraram 3900 milhões no Novo Banco e não quiseram saber o que
acontecia a esse dinheiro ou, sequer, se esse dinheiro era suficiente.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Exatamente!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Agora, vêm aqui dizer que os bancos devem ser vendidos e que não há
qualquer problema se forem vendidos dando prejuízo ao Estado e tendo os contribuintes portugueses de pagar
pela venda dos bancos.
Sr.ª Deputada Cecília Meireles, não se pode dizer que não é para vender a todo o custo e, ao mesmo tempo,
dizer-se «nacionalização, nem pensar!», porque o oposto de não vender a todo o custo é nacionalizar, é ter o
controlo público sobre o Banco.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Portanto, Srs. Deputados, hoje, se houver um preço a pagar pelo Novo
Banco é o preço da irresponsabilidade do PSD e do CDS, pela forma como geriram eleitoralmente todo este
processo.
Aplausos do BE e do PS.
Protestos do PSD.
Não puseram no Novo Banco o dinheiro que era preciso, não quiseram saber da gestão do Novo Banco e,
hoje, a «bomba» está a rebentar nas mãos de quem veio a seguir.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Portanto, Srs. Deputados, não falem sobre a banca nem sobre o que ela
vai custar aos contribuintes, falem sim, preocupem-se sim com o futuro do sistema bancário e, uma vez investido
o dinheiro, com o que devemos fazer em relação a esses bancos.