4 DE FEVEREIRO DE 2017
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Políticas de redução de embalagens e de embalagens reutilizáveis sem custos para os consumidores devem
ser implementadas. Trata-se de medidas essenciais para a qualidade de vida e para a preservação do meio
ambiente e da natureza.
Apesar da existência de várias diretivas europeias no sentido da prevenção e da redução das embalagens e
dos resíduos de embalagens, o anterior Governo do PSD e do CSD muito pouco fez nesta matéria. Não quis
saber da proteção ambiental nem da qualidade de vida das pessoas. Tivemos um Governo e um Ministro do
Ambiente que foram autênticas nódoas ambientais. A sua principal imagem de marca nesta área foi enxamear
de concessões petrolíferas o litoral do País, desde Vila Real de Santo António à Costa Vicentina e daqui até ao
Porto, e as zonas terrestres de Tavira, Aljezur, Pombal e Batalha.
O Sr. Bruno Coimbra (PSD): — Que disparate!
O Sr. João Vasconcelos (BE): — Muitos desses contratos foram assinados poucos dias antes das eleições
legislativas — uma triste e trágica imagem de marca desse Governo!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Vasconcelos (BE): — Para terminar, Sr. Presidente, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda
apoia as medidas para reduzir as embalagens, para acabar com as embalagens desnecessárias e para o
incentivo ao uso de embalagens reutilizáveis.
Apoiamos também que se estudem medidas adicionais, nomeadamente para que as embalagens
necessárias sejam produzidas a partir de materiais menos poluentes e mais biodegradáveis, caminhando, assim,
para garantir alternativas ao público.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para intervir, tem a palavra o Sr. Deputado Álvaro Castello-
Branco, do CDS-PP.
O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os projetos de lei que
hoje são apresentados pelo Grupo Parlamentar do Partido Ecologista «Os Verdes» e pelo Partido Comunista
Português visam instituir um regime jurídico com vista à redução de embalagens, proibindo a comercialização e
a utilização desses resíduos, em particular os designados por supérfluos e que não se mostrem determinantes
para a preservação dos produtos e também para a manutenção da sua qualidade.
Conforme o Grupo Parlamentar do CDS já teve oportunidade de afirmar noutras discussões sobre esta
mesma matéria, o primado da prevenção da produção de resíduos, seguido das operações de reutilização e
reciclagem, são as operações que devem encabeçar uma estratégia de gestão integrada, inteligente e circular,
com o objetivo de dissociar o crescimento económico da produção de resíduos.
Este tema apresenta-se como um grande desafio e uma prioridade das políticas ambientais a nível
comunitário e nacional, no sentido de conciliar os interesses ambientais com os aspetos sociais, tecnológicos e
económicos que esta questão encerra.
Para além do desenvolvimento do enquadramento comunitário nesta matéria, o último Governo do PSD e do
CDS, depois de identificar os principais constrangimentos, mas também as oportunidades existentes no País,
conseguiu empreender um conjunto de reformas no contexto da economia verde, por forma a desenvolver e
promover um modelo de crescimento sustentado.
Um dos constrangimentos identificados dentro do setor dos resíduos foi a utilização excessiva
nomeadamente de sacos de plástico e a consequente necessidade de desenvolver um conjunto de iniciativas
para fazer face a este problema. Estas iniciativas foram refletidas no Plano Estratégico para os Resíduos
Urbanos 2020, no Plano Nacional de Gestão de Resíduos, mas também em iniciativas transversais, como a
Reforma da Fiscalidade Verde, os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (2014-2020) e a Ecoinovação.
Estes instrumentos têm como premissa o respeito pelo disposto na legislação das embalagens e resíduos
de embalagens e assentam nos princípios e objetivos de reduzir o seu impacto no ambiente e, simultaneamente,