I SÉRIE — NÚMERO 47
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Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Já lá meteram o dinheirinho!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Que descaramento!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — É essa garantia que os senhores, como partidos do Governo que agora
são, vão ter de dar aqui: se o Novo Banco ficar na esfera pública, isso custa ou não custa mais dinheiro, na
melhor das hipóteses entre 750 e 1000 milhões de euros?!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E se for vendido?!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Srs. Deputados, no que toca à história de nacionalizações, que os
senhores tanto defendem, lembramo-nos bem do BPN, que hoje, passados 10 anos, ainda não tem a conta
fechada.
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Acho que isso tem mais a ver com essa bancada do que com esta!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Segundo pressuposto que é falso: se estes bancos fossem públicos
nada disto teria acontecido. O que pergunto, Srs. Deputados, é o seguinte: então, vão também garantir que não
é precisa nenhuma recapitalização para a Caixa Geral de Depósitos?!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Se, afinal de contas, quando a banca é pública, tudo funciona na
perfeição e não é preciso mais dinheiro, então, o que é que se está a passar na Caixa Geral de Depósitos?! Nós
queremos duas, três «Caixas Gerais de Depósitos»?!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Trapaceira!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Trapaceiros são vocês, que estão a trapacear o vosso eleitorado! São
uns vendidos! Pelo poder venderam-se!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Terceiro pressuposto: agora é que este banco vai funcionar no apoio
à economia. Ó Srs. Deputados, então, os senhores, que agora apoiam o Governo e não conseguem fazer isso
com a Caixa Geral de Depósitos, a que propósito é que querem outro banco, com outra rede de agências em
cima daquelas, para fazer aquilo que andaram sempre a defender que se fizesse com a Caixa Geral de
Depósitos e que agora, que são Governo, não fazem?!
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E vocês nunca fizeram!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As decisões de vários
Governos de proceder à privatização do setor financeiro foi um excelente negócio para engordar fortunas de uns
poucos, mas representou volumosos prejuízos acumulados para o Estado e para as famílias portuguesas.
Vejamos os resultados dessas privatizações: transferências milionárias de verbas do setor produtivo para a
especulação financeira; canalização do dinheiro dos depositantes para a cedência de créditos a empresas dos
próprios grupos bancários, tantas vezes sem qualquer garantia de retorno; e, por fim, a distribuição de volumosas
somas em dividendos pelos respetivos acionistas.