10 DE FEVEREIRO DE 2017
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
Protestos do Deputado do BE José Moura Soeiro.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É um Governo que combina o que não pode, que dá o que não tem
e que promete o que sabe que não vai cumprir.
Aplausos do CDS-PP.
E, como já é hábito no Partido Socialista, as responsabilidades ficam sempre para os outros, a resolução dos
problemas fica sempre para quem vier a seguir.
Não é o Governo que paga o aumento do salário mínimo, não é o Governo que tem de se preocupar em
manter abertas as micro, pequenas e médias empresas que geram e mantêm postos de trabalho, não é o
Governo que se preocupa com as instituições do setor social, mais expostas ao aumento do salário mínimo.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Pela nossa parte, como oposição responsável, por cada crítica que
fazemos apresentamos uma proposta, por cada denúncia que fazemos avançamos com a nossa alternativa.
Aplausos do CDS-PP.
Foi por isso que agendámos quatro iniciativas para hoje. Estas quatro propostas garantem que o aumento
do salário mínimo, que é recebido por muitos trabalhadores que precisam de melhorar a sua condição, que
precisam de ter a garantia de poderem aumentar sustentadamente os seus rendimentos hoje e no futuro, não
se vira contra o crescimento e a competitividade da nossa economia, contra a geração de emprego, contra a
proteção social que é realizada diariamente pelas instituições sociais, de norte a sul de Portugal.
Pela nossa parte, a «fava» da irresponsabilidade do Governo não pode sair à economia e ao social.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É exatamente para proteger a economia, o crescimento e o
investimento, a criação e a manutenção sustentada do emprego — são as empresas e as instituições que criam
empregos, não é o Governo — que o CDS avança com estas quatro iniciativas legislativas.
A primeira é a redução do limite mínimo do pagamento especial por conta (PEC).
Queremos apoiar todas as empresas, as empresas industriais, comerciais e agrícolas, mas, de uma forma
muito especial, estamos preocupados em apoiar as micro, pequenas e médias empresas, que são muitas vezes
aquelas que têm mais encargos com o salário mínimo, que são muitas vezes as que têm receitas abaixo do
limiar do pagamento de IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas) e que são, nesse sentido, as
que precisam de maior proteção face a este aumento dos seus encargos.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Queremos reduzir o limite mínimo do PEC de 850 € para 500 €,
bem como descer de 1% para 0,75% o volume de negócios que serve como base da sua tributação, dando mais
liquidez ao tecido económico e reduzindo a carga fiscal às empresas mais afetadas pelo aumento do salário
mínimo.
A segunda proposta é a de estender, ao longo de 2017, a redução de 0,75% da TSU que vigorou em 2016.
Esta é a medida que mais diretamente compensa todas as entidades empregadoras, empresas e instituições
sociais, e, aliás, é uma medida muito semelhante à que tinha sido criada em 2014 e em 2015 pelo anterior