10 DE FEVEREIRO DE 2017
5
Por isso, propomos que na negociação que está a decorrer entre as instituições sociais e o Estado se garanta,
para lá dos aumentos decorrentes da inflação e de outros compromissos anteriormente assumidos, um aumento
de pelo menos 2%.
A quarta iniciativa é virada para o investimento e para a competitividade da nossa economia.
De todas as variáveis económicas que não estão a correr bem, a que está a correr pior é a do investimento.
Depois de o investimento ter crescido 4,5% em 2015, em 2016 caiu 2%.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sem confiança não há investimento, sem investimento não há
crescimento sólido da economia e sem crescimento não há criação de emprego sustentável.
Portugal tem de ter um quadro fiscal que seja atrativo para o investimento, quer nacional, quer estrangeiro,
mas, acima de tudo, tem de ter um quadro fiscal estável e confiável que dê condições aos investidores para
acreditarem que vale a pena pôr aqui o seu dinheiro.
Em 2013, foi possível fazer uma reforma do IRC, que, acautelando a sustentabilidade das contas públicas,
garantindo um amplo apoio parlamentar, dava estabilidade a quem olha para Portugal como um bom local para
investir.
A primeira coisa que a geringonça fez foi reverter esta medida e o resultado está à vista: o investimento, que
tinha crescido 2,3% em 2014, que tinha crescido 4,5% em 2015, caiu mais de 2% em 2016.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É para ajudar o investimento, é para ajudar as empresas e os seus
trabalhadores, é para ajudar o Partido Socialista a honrar a palavra que deu aos investidores que propomos
retomar a baixa do IRC, descendo já a taxa para 20%.
Esta é a nossa preocupação: a economia, o emprego e a proteção social, as empresas, os trabalhadores, as
instituições sociais e os portugueses que elas servem diariamente.
Este é o nosso compromisso e a nossa preocupação neste debate.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Pedro Mota Soares, a Mesa registou a inscrição de dois Srs. Deputados
para pedir esclarecimentos.
Como pretende responder?
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Em conjunto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda, para pedir esclarecimentos.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Mota Soares,
confesso-lhe que a posição do CDS nesta matéria não é muito clara.
No próprio preâmbulo de um dos projetos que nos traz aqui hoje, afirma-se que o CDS pediu uma apreciação
parlamentar ao diploma da redução da TSU para alterar a forma de financiamento dessa redução da contribuição
patronal.
A verdade é que, na altura em que a apreciação parlamentar foi discutida aqui, na Assembleia da República,
o CDS não apresentou nenhuma proposta a debate, aliás, absteve-se na votação do diploma e não trouxe nada
mais a este debate.
Vem agora, depois do debate encerrado, depois de decididas as medidas de compensação, trazer uma
proposta que, na prática, vai ao encontro daquela que já teve o acordo e que será trazida à Assembleia da
República na próxima semana para ser discutida e duas outras propostas que são ideias já rejeitadas na
Assembleia da República — uma delas há semanas, uma outra há meses, por altura da discussão do Orçamento