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I SÉRIE — NÚMERO 49

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O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Quanto às propostas do Bloco de Esquerda, Sr.ª Deputada, eu não

conheço nenhuma! Não vejo nenhuma!

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Deputada Mariana Mortágua fala muito acerrimamente mas, hoje e amanhã, quando votarmos

propostas, vamos votar propostas do CDS, vamos votar propostas do PSD, e o Bloco de Esquerda, neste

debate, escolheu fugir, escolheu não estar presente, escolheu não participar.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Fizemos aquilo que vocês não fizeram!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — E há uma outra diferença, Sr.ª Deputada: é que o CDS, antes do

debate da apreciação parlamentar, teve o cuidado de falar com todos os parceiros sociais.

O CDS valoriza muito a concertação social e falou com todos os parceiros que assinaram aquele acordo,

discutiu com esses parceiros alternativas, porque a nossa preocupação, Sr.ª Deputada, não é — como, pelos

vistos, é a preocupação do Bloco de Esquerda — fazer um pequeno número político, ensaiar aqui um

desentendimento com o Governo, fazer aqui alguma intriga e depois deixar que a «fava» desse desentendimento

saia às empresas, saia aos empresários, saia às instituições sociais e, em última análise, saia aos

trabalhadores,…

Aplausos do CDS-PP.

… porque é a criação de emprego, é o crescimento da economia que pode ser afetado se não existirem

medidas que compensem este aumento do salário mínimo.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Qual é a maioria que vai diminuir o PEC? É a vossa?!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Por isso, Sr.ª Deputada, tenho muito prazer em ouvi-la, tenho

sempre todo o prazer em ouvi-la, mas, infelizmente, não tenho é o prazer de discutir propostas do Bloco de

Esquerda, porque já percebi que o BE, nesta matéria como noutras, está muito preocupado em fazer um número

para a televisão e menos preocupado com o crescimento efetivo da nossa economia.

Aplausos do CDS-PP.

Quanto ao Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias, agradecendo muito a sua pergunta — o Sr. Deputado, aliás,

fez parte dessa comissão de reforma —, a sua lógica é tão-somente esta: o Partido Socialista não baixa os

impostos para as empresas porque o anterior Governo não cumpriu um acordo. Essa é a sua lógica — que não

é brilhante e, portanto, só pode ser uma «lógica Eurico» — é: que se «tramem» as empresas;…

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Não! Eu não disse isso!

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — … as empresas é que vão pagar a fatura da indecisão ou da falta

de decisão política do Governo.

Parece-me que, nesta Câmara, eventualmente, para o Partido Comunista, para o Bloco de Esquerda, para

Os Verdes, o Sr. Deputado poderá ficar em alta. E até admito que para a bancada do Governo o Sr. Deputado

possa ficar em alta. Agora, o que não percebo é como qualquer investidor, qualquer português que se preocupe

com o futuro de Portugal, com o crescimento da nossa economia, olha para o Sr. Deputado e diz: «Afinal,

aqueles senhores só não baixam o IRC, só não cumprem o acordo que fizeram porque, pelos vistos, o Deputado

Eurico Brilhante Dias está muito preocupado em saber se os outros impostos desceram ou não».

O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Nós cumprimos!