10 DE FEVEREIRO DE 2017
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macroeconómico do PS para a década projetar um crescimento de cerca de 7,8%, a verdade é que ficámos
muito aquém dessa realidade. Recorda-se que em 2015 o investimento cresceu 4,5%. São comparações que
importa fazer porque dão a dimensão dos fiascos das vossas políticas para a economia.
O País precisa de retomar o caminho das reformas iniciadas e que permitiram um crescimento económico
sustentado, um crescimento que, apesar de ter sido chamado de anémico pelos partidos da esquerda, é superior
ao que temos agora e àquele que está projetado no horizonte para os próximos anos.
O País precisa de investimento, precisa de recuperar a confiança e de se apresentar como um destino
competitivo para os investidores.
Com esse objetivo, o PSD entende como fundamental que seja retomada a reforma do IRC com a redução
gradual da sua taxa até 18%, em 2020, oferecendo um quadro fiscal atrativo, programado, previsível e confiável
para quem queira investir no País.
Agora, tem o PS a oportunidade de voltar a contribuir para gerar confiança e incentivar as empresas a investir,
fazendo a economia crescer mais robustamente e, assim, promovendo uma recuperação sustentada e
responsável dos rendimentos dos portugueses.
Para isso, basta que se disponha a viabilizar o projeto de lei que o PSD aqui apresenta, no sentido de ser
retomada a reforma do IRC.
As perguntas são simples, Srs. Deputados: quer ou não o Partido Socialista contribuir para repor o que
assinou em Dezembro de 2013 e rasgou em Janeiro de 2016?
Quer ou não o Partido Socialista voltar a ter taxas de crescimento da nossa economia, ano após ano, que
sejam verdadeiramente crescentes, ou quer continuar a viver das reformas que outros tiveram a coragem de
fazer?
Quer ou não o PS ser parte da solução e contribuir para respostas estruturais, ou pretende continuar nas
políticas casuísticas, ao sabor das corporações?
Por nós, o desafio está lançado. Fica agora do lado do PS a resposta para se saber se os convites para
entendimentos são sinceros ou meramente táticos.
Por fim, importa referir que apresentamos também um projeto de lei para o setor social e solidário porque é
igualmente relevante trazermos de volta confiança e previsibilidade a esse setor. O nosso projeto de lei mais
não visa do que garantir uma relação estruturalmente assente num quadro legal que introduza fatores objetivos
de negociação dos protocolos e compromissos para a cooperação e que estes ocorram em tempo adequado.
Sublinho que corre o mês de fevereiro e ainda não há um compromisso para a cooperação que defina os
valores de atualização dos financiamentos das instituições para o ano de 2017.
Propomos, assim, que a negociação do compromisso de cooperação e de eventuais adendas se faça
aquando da elaboração do Orçamento do Estado respetivo, entrando em vigor no início do ano a que reportam.
Em conclusão: o que desejamos com estes dois projetos de lei é dar confiança à economia, incentivando o
investimento, o crescimento e o emprego, mas também continuar a garantir uma relação estável e sem
submissão do sector social e solidário com o poder político.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, inscreveram-se para pedir esclarecimentos dois Srs. Deputados,
respetivamente do Bloco de Esquerda e do PS. Pretender responder um a um ou aos dois pedidos de
esclarecimento em conjunto?
O Sr. Marco António Costa (PSD): — Um a um, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Muito bem, Sr. Deputado.
Assim sendo, para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Marco António Costa, sinceramente, custa-
me a crer que o PSD queira regressar ao debate da TSU na Assembleia da República.
Srs. Deputados, bem sei que foi um momento de exaltação interna o dia em que o PSD mostrou as
contradições da maioria parlamentar — e, deixem-me aproveitar a oportunidade para dizer que o Bloco de