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I SÉRIE — NÚMERO 51

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Em relação ao défice, o Sr. Deputado disse também: «É o melhor défice da democracia». Ainda me lembro

do tempo em que se ouvia essa frase, aqui, neste Parlamento, do Sr. ex-Primeiro-Ministro José Sócrates,

respondendo, aliás, ao Deputado Francisco Louçã, no tempo em que o Bloco de Esquerda não fingia apenas

que era oposição, mas em que se opunha mesmo.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — O fim dessa história e desse défice levaria a que, já que não conseguem

evitar os mesmos atos que nos podem conduzir ao mesmo resultado, ao menos fossem criativos na propaganda.

Sr. Deputado, evite, pelo menos, usar a mesma frase.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Galamba.

O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, antes de mais, queria agradecer à Sr.ª Deputada Mariana

Mortágua e à Sr.ª Deputada Cecília Meireles as perguntas que me fizeram.

Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, o mais importante neste resultado não é ele ter sido obtido à custa dos

salários, das pensões, da devolução de rendimentos e da política que consta do Orçamento do Estado e do

Programa do Governo; ele foi obtido cumprindo integralmente o Programa do Governo e aquilo que estava

orçamentado e, portanto, não houve nem planos b, nem medidas adicionais. Eu diria que, perante estes

resultados, teremos todos que nos congratular com a meta atingida.

Se a meta tivesse sido atingida cortando adicionalmente em salários ou revertendo algumas das opções que

fossem feitas no início do ano, eu acompanharia a Sr.ª Deputada, mas não foi o que aconteceu e, portanto,

penso que quando a Sr.ª Deputada olhar bem para os resultados, e embora defendesse um défice maior, há de

reconhecer que com as medidas implementadas e o resultado conseguido é, de facto, uma meta que até o Bloco

de Esquerda pode festejar.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não parece!

O Sr. João Galamba (PS): — Sr.ª Deputada Cecília Meireles, a Sr.ª Deputada conhece os problemas das

médias, não conhece? Se uma economia não crescer num semestre e no semestre seguinte crescer 10%,

cresceu em média 5%. Mas não será correto dizer-se que a economia está estável, o que é correto, olhando

para estes dados, é dizer que a economia acelerou.

Protestos da Deputada do CDS-PP Cecília Meireles.

Ó Sr.ª Deputada, já teve hoje uma explicação bastante detalhada de todos os números, e eu pensava que,

depois da explicação que levou, o pudor fosse algo que a Sr.ª Deputada tivesse, mas afinal não tem.

Eu não fui, há pouco, dizer ali, da tribuna, nada que contrarie os números do INE. Aliás, o que eu fiz — como

já tinha feito esta manhã; e o Ministro das Finanças também o fez — foi dar razão à Sr.ª Deputada. O que

dissemos foi que a taxa média de crescimento em 2016 é de 1,4% do PIB, inferior em 0,2% à taxa média de

crescimento do PIB em 2015. Mas vou dar-lhe uma novidade: isto não nos diz nada, Sr.ª Deputada!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ah, bom!

O Sr. João Galamba (PS): — Porquê? Porque a taxa média ignora a dinâmica da atividade económica

durante os anos de 2015 e 2016. E se a Sr.ª Deputada tiver a seriedade que me exigiu, e que procuro sempre

ter nas intervenções que faço — que a Sr.ª Deputada, infelizmente, mostra não ter —, reconheceria que há uma

diferença muito grande entre o ano de 2015, em que a atividade económica desacelera ao longo do ano, e o

ano de 2016, em que a atividade económica acelera ao longo de todo o ano. Ou a Sr.ª Deputada não tem a

honestidade e a seriedade de reconhecer esses dois factos?!