16 DE FEVEREIRO DE 2017
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menos em 2016 do que cresceram em 2015 ou menos que em 2014. O que é que falhou? O que falhou foi que
os senhores, com a tal receita diferente, escolheram caminhos errados, deixaram abrandar as exportações e o
investimento.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe o favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Mas o que é que falhou também para que nesse Orçamento de 2016
fosse necessário injetar, como plano b, mais de 500 milhões de euros num perdão fiscal e um corte brutal de
1000 milhões de euros no investimento público? Sim, isso são planos b que valem quase 1% do PIB, Sr.
Deputado João Galamba!
Por último, Sr. Presidente, e vou terminar, pergunto o que foi que correu mal para que a dívida pública, ao
contrário do que disseram — a dívida pública bruta, que é a que paga juros —, esteja a aumentar, a ter
aumentado depois de ter caído e para que os juros que os portugueses pagam sejam cada vez mais caros e
estejam em valores que já não víamos há muitos anos.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem mesmo de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — O que é que correu mal para os senhores terem falhado nas vossas
previsões e terem feito pior do que no ano anterior?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Galamba.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, queria começar por agradecer as perguntas do Sr. Deputado
Bruno Dias e do Sr. Deputado António Leitão Amaro.
Sr. Deputado Bruno Dias, este resultado é de todos nós: é do Governo do Partido Socialista, é da bancada
do Partido Socialista, é da bancada do PCP, é da bancada do Partido Ecologista «Os Verdes» e é da bancada
do Bloco de Esquerda. É de todos os partidos que acreditaram que era possível fazer diferente, que os
portugueses tinham direito a mais do que ao empobrecimento.
Aplausos do PS.
Este resultado é dos que acreditaram e que lutaram por outra solução, que acreditaram, ao longo de anos,
que este era o melhor rumo.
Este caminho, como é evidente, não está terminado, Sr. Deputado, é um caminho que deve ser aprofundado,
e é por isso que acreditamos que esta Legislatura deve ser completada, porque temos um Programa para
executar e os portugueses ainda têm um longo caminho à sua frente de recuperação de rendimentos e de
recuperação da dignidade que o Governo anterior lhes roubou.
Sr. Deputado António Leitão Amaro, não tire os méritos ao Dr. Paulo Portas, que tem sido o grande arauto
do programa cautelar. Depois, envio-lhe o vídeo em que o Dr. Paulo Portas, juntamente com a Dr.ª Maria Luís
Albuquerque e o Dr. Carlos Moedas, explica detalhadamente aos Deputados os méritos do programa cautelar.
Eu envio-lho, Sr. Deputado, não se preocupe.
Quanto à espiral recessiva, estou sempre disponível para debater as posições que assumo, mas reafirmo o
que disse: a economia portuguesa estava numa espiral recessiva em 2012 e essa espiral recessiva só foi travada
porque o Tribunal Constitucional obrigou os Srs. Deputados a recuar na austeridade adicional que queriam fazer,
superior a 3000 milhões de euros.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado pode não concordar com esta minha posição, mas esta é a mesma posição que tenho e que
repito há mais de dois anos. E o Sr. Deputado não venha fingir que eu nunca expliquei esta matéria. O Sr.