17 DE FEVEREIRO DE 2017
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Uma integração que passa pela conservação, manutenção e requalificação do património desportivo português,
mas que passa igualmente pela garantia de condições a todos para a prática desportiva, bem como aos clubes
e atletas, que são dos principais responsáveis pela construção das memórias desportivas e por construírem o
património desportivo português de que hoje estamos aqui a falar.
Tem também um especial papel nesta história o movimento associativo desportivo, constituído na sua grande
maioria pelos pequenos clubes de bairro e de aldeia, que têm vivido — não podemos deixar de o dizer —
momentos difíceis. Dificuldades que não estão desligadas dos seus problemas de financiamento, do
agravamento das condições de vida e da desregulação dos horários de trabalho dos seus dirigentes e
voluntários, daquela que foi a alteração da lei do arrendamento urbano, designadamente no tempo do Governo
do PSD e do CDS, bem como da forma como a sua ação é entendida, quando estes clubes, afinal, desenvolvem
uma importantíssima função social de serviço público, materialmente desinteressada, garantindo o
enquadramento e a integração de um número significativo de crianças e jovens.
Entendemos que é importante preservar o património desportivo português, que faz parte da nossa História
e do percurso desportivo do nosso País, devendo, para tal, envolver-se um alargado conjunto de instituições,
entidades, clubes e associações.
Mas é também importante garantir as condições para que atletas, clubes e federações possam contribuir
para o enriquecimento do património desportivo do nosso País.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Para isso, é preciso afirmar o papel insubstituível dos clubes desportivos e
de todo o movimento associativo na promoção e desenvolvimento da prática desportiva, designadamente a
federada, que é aquela que, em muito, é responsável pela construção deste mesmo património que estamos
hoje, aqui, a discutir.
É indispensável a promoção de políticas de democratização do acesso ao desporto, de forma a assegurar à
generalidade da população condições de acesso à prática desportiva regular, dando resposta às necessidades
de mulheres, homens, crianças e jovens, nas suas diferentes etapas de vida, visando, assim, contribuir para
processos de educação, formação, cultura, sociabilização, saúde, qualidade de vida e preenchimento sadio do
tempo livre.
É exatamente este o caminho que o PCP continuará a defender.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Vânia Dias da
Silva.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Antes de mais, os meus
cumprimentos.
Começo por saudar esta iniciativa do PSD, que é uma iniciativa importante e que traz à discussão uma coisa
de que pouco se fala mas que, realmente, tem uma relevância que é preciso trazer à praça pública.
É evidente que, apesar da crescente consciencialização da importância da prática do desporto, quer ao nível
da saúde física e mental e até da interação social, que é uma das suas componentes importantes, e apesar
também da sua importância histórica e filosófica, que está, obviamente, na génese do desporto e que tantas
vezes revela a identidade de um povo e de um País, como bem se diz no projeto de resolução que agora
apreciamos, há ainda muito a fazer e há ainda muito a fazer antes desta matéria e nesta matéria.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Queria com isto dizer que a prática desportiva tem de ser
intensificada. O acesso ao desporto deve ser intensificado e deve até ser pensada, em matéria de educação,
uma forma de o incentivar ainda mais nas escolas.