24 DE FEVEREIRO DE 2017
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O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — No último ano, assistimos a uma evidente degradação na prestação
de serviços públicos que é o resultado das más escolhas e opções encapotadas que foram tomadas.
Num estilo que vos vem sendo habitual, procuram maquilhar os factos e atirar as culpas para terceiros, mas
os senhores é que são os responsáveis, sabem que o são e sabem por que é que o são.
Na anterior Legislatura, diziam nesta Câmara: «Cortar nos serviços públicos da educação, na saúde, na
segurança social é destruir o que existe hoje e garantir que amanhã não os há para quem deles precisar.» E
acrescentavam: «Cada vez que fazem um corte na despesa do Estado, diminuem a capacidade de produzir (…)
É uma receita falhada.»
A primeira destas afirmações coube ao líder parlamentar do Bloco e a segunda ao agora Secretário de Estado
dos Assuntos Parlamentares.
A vossa memória pode ser convenientemente curta, mas a seriedade política não pode nem deve ser assim
espezinhada.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados: Se degradação é a palavra de ordem na
vossa gestão dos serviços públicos, na reforma do Estado, naquilo que de estrutural ela significa, é de apagão
que temos de falar.
Sabia-se à partida quão antagónicos são os modelos de sociedade e de Estado defendidos pelos socialistas
e pelos partidos de ideologia comunista aos quais que se aliaram. Na base do negócio que vos juntou esteve
não a realização de reformas mas, antes, a sua reversão e o retrocesso em políticas que resgataram o País da
bancarrota.
Foi no contra que os senhores se puseram a favor. É claro que de uma maioria negativa dificilmente se pode
esperar uma governação positiva. Falta-lhe o básico, que é um projeto comum de sociedade.
Terão os socialistas de rasgar as vestes e vender a alma ao Diabo…
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — É sempre o Diabo!
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — …para levar por diante uma agenda de reforma, de mão dada com
os comunistas,…
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
… para quem uma verdadeira reforma do Estado passa, e cito, «pela retoma do controlo público das
empresas de bens e serviços, pelo controlo público da banca, por via das nacionalizações, pela reversão dos
tratados da União Europeia, pela rutura com a NATO, pela saída do Euro», ou, com os bloquistas, que, a estas
pérolas, acrescentam ainda a nacionalização da Galp e da EDP, a nacionalização dos seguros e de todo o setor
financeiro.
Protestos do Deputado do BE Jorge Duarte Costa.
Valha a verdade que o Governo tem, até agora, resistido a esta agenda suicida dos parceiros que escolheu,
mas há que dizer alto e bom som que são já gravíssimas as derivas no funcionamento do Estado que o seu
concubinato à esquerda vem patrocinando.
Quero referir três perigosos exemplos: tivemos uma OPA sindical ao Ministério da Educação…
Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.
… com efeitos seguramente devastadores nos médio e longo prazos e cujas primeiras nefastas
consequências aí estão: a irrefletida desvalorização da exigência e do mérito na avaliação dos alunos,…