25 DE FEVEREIRO DE 2017
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É fácil fazer da escola uma máquina de reprodução das desigualdades sociais, é fácil fazer rankings que
escondem a complexidade dos problemas. Difícil é dar as mesmas oportunidades a todos e não deixar ninguém
para trás.
Aplausos do PS.
O Sr. Pedro Alves (PSD): — É só conversa!
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo. A partir de agora, o tempo que gastar será
descontado na próxima ronda.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
É fácil pôr no papel programas impossíveis de cumprir ou cujo cumprimento degrada a relação pedagógica
ou depende de explicações por fora. Difícil é pensar um currículo exequível, integrado, orientado para a formação
integral do indivíduo.
É fácil desenhar pseudosoluções e aplicá-las a partir da 5 de Outubro e esperar que uma medida igual para
todos sirva para situações muito diferentes. Difícil, mas necessário, é trabalhar no respeito pela diversidade das
situações, confiar nas escolas e confiar nos professores para que construam a autonomia necessária e promover
a diferenciação pedagógica.
É fácil fazer como se o perfil científico-humanístico fosse a via real e as outras vias fossem de segunda.
Difícil, mas necessário, é valorizar da mesma maneira os vários caminhos para concluir a escolaridade
obrigatória, também o ensino profissional e também o ensino artístico.
Aplausos do PS.
Por isso, somos contra o facilitismo, porque somos pela escola pública, sem a qual não haverá liberdade de
ensinar e de aprender, sem a qual a democracia não estará completa.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — É a vez da Sr.ª Deputada Joana Mortágua, do Grupo Parlamentar do Bloco de
Esquerda.
Faça favor.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Na preparação deste debate, li algumas
entrevistas de Nuno Crato e encontrei uma única coisa em relação à qual concordo com o ex-Ministro. Quando
lhe perguntaram qual era o grande desafio do Ministério, se era agradar aos professores, aos pais ou criar
estabilidades nas escolas, Nuno Crato respondeu: «O maior desafio é mudar as coisas. Esse é o maior desafio.»
É a única coisa com a qual estou de acordo com Nuno Crato: mudar as coisas. E o Bloco de Esquerda vai bater-
se pelas mudanças que contam para a melhoria da escola pública.
Vejo-me obrigada a debater com Nuno Crato, o ex-Ministro da Educação, porque o PSD não diz ao que vem.
O Sr. Pedro Alves (PSD): — A Sr.ª Deputada tem de debater é com o atual Ministro!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — O PSD não diz o que é que defende para a escola pública, não se demarca,
nem apoia aquilo que aconteceu.
Por exemplo, em 2013, o ex-Ministro Nuno Crato dizia, sobre necessidades educativas especiais e a sua
inclusão — agora, tão caras ao PSD …
Protestos do PSD.
Oiçam!