I SÉRIE — NÚMERO 66
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O Sr. Presidente: — Tem de ser muito rápida, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Sobre a recapitalização da Caixa, acompanhamos a questão dos balcões, acompanhamos a questão dos
despedimentos — e o CDS tem sido ativo nessa matéria —, mas queria fazer-lhe uma pergunta muito concreta:
está em condições de nos dizer, hoje, se aquilo que a Caixa vai pagar de juros aos investidores privados que
vão tomar ou estarão a tomar as obrigações é inferior ou superior àquilo que foi pago pela Caixa…
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … a todos os contribuintes, quando reembolsou os CoCo ao Estado?
Pode dar-nos uma garantia? É que é isso que nos permitirá analisar e perceber se a vossa opção é ou não
melhor do que aquela que foi prosseguida na anterior recapitalização.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Finalmente, arranjou tempo para fazer perguntas sobre a banca!
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, segue-se a vez do Grupo Parlamentar do PSD, pelo que tem a palavra,
para formular perguntas, o Sr. Deputado Luís Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.
Primeiro-Ministro, queria começar por fazer um ponto prévio neste debate, em nome da bancada do PSD, e não
colocando nenhuma questão ao Primeiro-Ministro sobre este tema, mas para que fique claro que, na bancada
do PSD, repudiamos com toda a veemência as declarações do Presidente do Eurogrupo. Venham de um
socialista, como é, de resto, o caso concreto, ou de um responsável por outra família política, ou, mesmo, de
um protagonista mais moderado ou mais extremista, a verdade é que este tipo de declaração é impróprio, é
indigno e é inaceitável.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — E é extremista!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — E é-o na forma, porque graçolas de mau gosto não se coadunam com a
dignidade dos cargos e das instituições, e também no conteúdo, porque não aceitamos que se despreze, que
se desmereça o esforço de um povo, no caso, do nosso, das portuguesas e dos portugueses, das famílias deste
País, que, com muito sacrifício, contribuíram para a recuperação do País, depois de o País ter caído numa
situação financeira muito delicada.
Sr. Primeiro-Ministro, Caras e Caros Colegas, quem não respeita isto, nem na forma, nem no conteúdo, só
tem um caminho: é ir embora.
Sr. Primeiro-Ministro, a primeira pergunta que lhe queria formular tem a ver com o seguinte: o Secretário de
Estado da Educação lançou um tema e, com ele, lançou, mais uma vez, a confusão e a instabilidade na escola
pública. Veio o Secretário de Estado aduzir a necessidade de se fazer uma reforma curricular, dando mais carga
horária a algumas disciplinas, em detrimento, nomeadamente, do Português e da Matemática.
Consta que o Sr. Primeiro-Ministro já desautorizou essa intenção do Ministério da Educação, aliás, diz-se até
que, na sequência de uma intervenção do Sr. Presidente da República, mas a pergunta que lhe quero fazer é
direta. Sr. Primeiro-Ministro, qual é a sua opinião? Qual é a opinião do Primeiro-Ministro? É necessária mais
uma reforma curricular que leve instabilidade às escolas? Vamos abandonar a estratégia de reforço das
disciplinas nucleares, que tão bons resultados tem dado?
O Sr. Jorge Duarte Costa (BE): — Quais resultados?!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Qual é a opinião do Primeiro-Ministro?