I SÉRIE — NÚMERO 70
10
De uma forma séria e responsável, o PSD sempre demonstrou capacidade para equilibrar e gerir recursos,
sem prejudicar as contas públicas e sem paralisar a Administração Pública.
É por isso que acreditamos que Portugal só poderá ter um futuro melhor com mais crescimento, com mais e
melhor emprego e com a criação de mais riqueza.
Aplausos do PSD.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.
O Sr. Presidente: — Para apresentar o projeto de lei do PCP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputados: A discussão que hoje fazemos prova, de forma
muito objetiva, que só houve vantagens em colocar o PSD na oposição. Neste debate, fica claramente
confirmado que o PSD só tem alguma utilidade na oposição e não no Governo.
Quando está na oposição, o PSD acompanha a proposta do PCP para reconhecer os direitos dos
trabalhadores da administração local e regional; quando está no Governo, corta salários, aumenta o horário de
trabalho, veta centenas de acordos coletivos de empregador público que asseguravam as 35 horas de trabalho
semanal. Podemos, portanto, concluir que valeu a pena colocar o PSD na oposição.
Aplausos do PCP.
Sr. Presidente, Sr. Deputados: O SIADAP introduziu processos de avaliação na Administração Pública que
geram problemas e discriminações. A esta situação, que radica na natureza do processo e na sua aplicação,
associou-se o facto de entidades e serviços, que não tinham o sistema de avaliação implementado, não terem
feito, durante anos, qualquer avaliação.
A Lei n.º 12-A/2008, posteriormente adaptada às autarquias locais através do Decreto-Lei n.º 209/2009,
previa a possibilidade de proceder à alteração do posicionamento remuneratório dos trabalhadores por opção
gestionária.
A generalidade dos municípios procedeu ao posicionamento remuneratório dos trabalhadores por opção
gestionária, de modo a não impor situações de desigualdade entre trabalhadores avaliados e trabalhadores não
avaliados, estes últimos por factos que não lhes eram imputados.
Contudo, houve interpretações de entidades inspetivas que aplicaram coimas às autarquias, por entenderem
que a progressão não poderia ocorrer nestes termos.
Nesta sequência, os trabalhadores da administração local dessas autarquias intentaram ações para defesa
dos seus direitos e manutenção dos direitos adquiridos, por força das revogadas decisões de alteração do
posicionamento remuneratório dos trabalhadores por opção gestionária.
Independentemente de as instâncias judiciais serem favoráveis à pretensão dos trabalhadores, existe ainda
quem procure justificações para manter as desigualdades entre trabalhadores avaliados e trabalhadores não
avaliados, estes últimos, volto a referir, por factos que não lhes são imputáveis.
Importa, pois, corrigir esta injustiça e clarificar a lei, assegurando igualdade de tratamento a todos os
trabalhadores que se encontram nestas condições.
Urge resolver esta situação, pondo fim às desigualdades de tratamento dos vários trabalhadores e garantindo
que aos trabalhadores visados sejam repostos os direitos adquiridos relativos ao seu posicionamento
remuneratório.
O PCP apresenta, hoje, uma solução para os problemas destes trabalhadores e não abdicará de ir mais
longe na luta pelo direito ao descongelamento das carreiras para todos os trabalhadores da administração local,
central e regional.
O descongelamento das carreiras é de elementar justiça e uma dimensão essencial da valorização dos
trabalhadores e da garantia de serviços públicos de qualidade.
Aplausos do PCP.