I SÉRIE — NÚMERO 87
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O PSD não faz como muitos outros partidos, como o Bloco de Esquerda, que escolhem o caminho mais fácil,
que é o caminho da demagogia.
O PSD não vai ficar de fora, não vai ficar na bancada a assistir ao jogo e a criticar a transposição desta
iniciativa.
O PSD está empenhado em melhorar a legislação, em combater o branqueamento de capitais e em lutar
contra o terrorismo.
O PSD está empenhado em criar e em aperfeiçoar instrumentos e mecanismos que nos permitam ser bem-
sucedidos nesta luta que temos de travar diariamente.
Fizemo-lo no Governo e fazemo-lo hoje na oposição. Fizemo-lo no passado, fazemo-lo no presente e iremos
continuar a fazê-lo no futuro, de forma cooperante, colaborante e construtiva.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem agora a palavra o Sr. Deputado
Eurico Brilhante Dias, do Partido Socialista.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Sr.
Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Esta proposta de lei é mais uma
peça, mais uma pedra neste caminho, neste edifício que vamos construindo de combate ao branqueamento de
capitais e a práticas de fiscalidade agressiva, de fraude fiscal, que fazem com que uma parte substantiva dos
portugueses suporte o esforço fiscal, enquanto outros, para além, evidentemente, de práticas criminosas, como
o financiamento do terrorismo, tenham outras práticas criminosas de fuga aos impostos.
É mais uma pedra neste caminho, porque o Grupo Parlamentar do Partido Socialista e outros grupos
parlamentares desta Assembleia da República aprovaram nesta Câmara, na presente Sessão Legislativa,
iniciativas legislativas — projetos de leis, que deram origem a leis — relativas à diminuição do montante para
pagamentos em numerário, à eliminação dos títulos de capital ao portador… Foi ainda nesta Câmara que foi
votada a obrigação de comunicação, de publicação das estatísticas para transferências para offshore.
Esse grupo de trabalho — o Grupo de Trabalho de Combate à Criminalidade Económica — reuniu, votou e
trouxe a este Plenário um conjunto de iniciativas. É, por isso, Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa, que recordo
que para esse grupo de trabalho o número de iniciativas do PSD é rápido e fácil de lhe dizer: zero, zero!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — É verdade! Bem lembrado!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — A rapidez que a senhora pede não se vislumbrou nesse grupo de
trabalho. Houve propostas do Grupo Parlamentar do PCP, do Bloco de Esquerda, do Partido Socialista e até do
CDS, mas as propostas do PSD, nesse grupo de trabalho, foram zero, zero!
Por isso, Sr.ª Deputada, fica-lhe mal e fica mal ao PSD vir a este debate criticar o Governo, quando o que o
Governo faz é, precisamente, corresponder à exigência de mais transparência e de mais instrumentos legais
para combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo — é um passo no sentido certo —
, reduzindo o limiar para 10 000 €, quando o limiar anterior era de 15 000 €, coordenando as instituições para
identificar riscos, cooperando, do ponto de vista internacional.
E deixem-me referir outro aspeto, para nós particularmente importante, numa linha que nos parece sensata:
estes problemas resolvem-se num contexto multilateral, e é isto que este Governo, mais uma vez, faz. Ou seja,
transpõe diretivas e a execução de regulamentos, ao mesmo tempo que transpõe para o ordenamento jurídico
português um conjunto de iniciativas do Grupo de Ação Financeira, um grupo intergovernamental que, desde
2012, propõe um conjunto de instrumentos legislativos para combater o branqueamento de capitais e o
financiamento do terrorismo.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, queira terminar.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr. Secretário de Estado, o Governo está de parabéns. O Grupo
Parlamentar do Partido Socialista suporta e votará favoravelmente esta iniciativa.