I SÉRIE — NÚMERO 87
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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Espero que essas outras propostas, que podem ajudar a melhorar, tenham o mesmo peso e a mesma medida
de todos os grupos parlamentares para podermos, de facto, seja no combate através do sistema financeiro, seja
no combate efetivo e na troca de informações, limitar a capacidade de atuação do terrorismo, que é e será
sempre o nosso objetivo.
Aplausos do CDS-PP e do Deputado do PSD Carlos Abreu Amorim.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada
Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sr. Secretário de Estado dos Assuntos
Fiscais: Esta é a continuação da discussão que se realizou há pouco e nós estamos disponíveis para debater
todas as propostas. Temos, aliás, apresentado muitas ao longo destes anos: algumas foram aprovadas, outras
não, poucas foram aprovadas na altura da maioria PSD e CDS e estamos a conseguir aprovar algumas nestes
tempos desta nova maioria.
Mas gostava de responder diretamente à Deputada Sara Madruga da Costa, que veio acusar o Bloco de
demagogia no combate ao branqueamento de capitais, à fraude fiscal e ao financiamento do terrorismo. Aliás,
não veio só acusar de demagogia, mas de demagogia e de pouca ação.
Gostaria de lembrar a Sr.ª Deputada — já foi lembrado, aliás — que no último grupo de trabalho que foi criado
para este efeito, o PSD apresentou o número redondo de zero propostas para debate. Zero propostas para
debate!
Gostaria de lembrar que, se hoje está na lei que as transferências para offshore têm de ser publicadas,
conhecidas e tornadas públicas, foi por proposta do Bloco de Esquerda, porque quando o PSD esteve no
Governo não as publicou e, portanto, é bom que isto seja lembrado.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Gostaria de lhe lembrar que, se hoje os títulos ao portador são proibidos,
foi por proposta do Bloco de Esquerda, porque o PSD não fez nada contra isso.
Gostaria de lhe lembrar que, se hoje há uma obrigação de conhecimento do beneficiário efetivo para donos
de participações em bancos, foi por proposta do Bloco de Esquerda, porque o PSD não apresentou nenhuma
proposta sobre isto.
Se hoje há um projeto para definição do que é beneficiário efetivo, é porque o Bloco de Esquerda apresentou
um projeto, porque o PSD não apresentou nada sobre isto.
Gostava de lhe lembrar duas propostas, em particular: uma que condicionava os benefícios fiscais
concedidos a empresas sediadas no Centro Internacional de Negócios da Madeira. Repare que não se propôs
acabar com ele, propôs-se uma coisa simples: que o posto de trabalho criado seja um posto de trabalho real e
que as empresas não partilhem o mesmo trabalhador, para enganar o sistema e ficar com o benefício. E,
portanto, só foi dito que o posto de trabalho criado seja um posto de trabalho a tempo inteiro e com condições
para que se saiba que o emprego existe e beneficia os madeirenses. Como é que o PSD votou esta proposta?
Contra. Contra a criação de emprego no tal sistema que os Srs. Deputados dizem que cria emprego.
Segunda proposta: proibição de transferências para offshore não cooperantes. Aqui, não estamos a falar da
Madeira, mas, sim, de transferir e fazer pagamentos ao Panamá, às ilhas Caimão, aos paraísos mais obscuros.
Nós propusemos uma coisa simples: é que seja proibido. Que seja proibido. Como é que o PSD votou? Contra.
É este o registo do PSD no combate ao crime, no combate à evasão e no combate ao branqueamento de
capitais.
Portanto, Sr.ª Deputada, terá de convir que em currículo de propostas apresentadas, em currículo de
propostas aprovadas e também em currículo de prioridades políticas, acho que o Bloco de Esquerda ainda tem
algumas coisinhas a dizer sobre esta matéria.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Muito bem!