12 DE MAIO DE 2017
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Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem a palavra, pelo CDS-PP, o Sr.
Deputado Telmo Correia.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente: Esta proposta de lei vem na sequência de outras que
acabámos de discutir e pensei até que a Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Justiça, quando interveio há
pouco, estava já a fazer um debate conjunto, tendo em conta que se referiu à proposta de lei agora em discussão.
E acabou por ser um bocadinho assim: vários membros do Governo falaram, cada um em relação à sua proposta
de lei, mas, basicamente, todas elas sobre o mesmo tema e sobre o mesmo assunto.
Em relação à proposta de lei em discussão, queria dizer que, obviamente, consideramos — o CDS tem
considerado sempre e não muda de opinião em relação a isso — que o terrorismo e o combate ao terrorismo
são questões centrais dos dias de hoje, são questões centrais da União Europeia e são uma preocupação real
no nosso País, onde, inclusivamente, o próprio Relatório de Segurança Interna refere que o risco já não é
diminuto, mas, no mínimo, moderado.
Sabemos que combater o terrorismo é, muitas vezes, asfixiar, por assim dizer, as suas fontes de
financiamento, porque, através destas fontes, o terrorismo terá a possibilidade de agir e de ser letal.
Sabemos também que isto depende de muitos circuitos, incluindo circuitos económicos que aqui foram
referidos.
Sabemos ainda que é preciso ter particular atenção ao sistema financeiro, mas não só — de resto, é o que
faz esta Diretiva que vai ser transposta. Para além do sistema financeiro, é preciso ter em atenção a atividade
imobiliária — alargando, inclusivamente, ao arrendamento —, as profissões liberais, de entre as quais a própria
advocacia, vários agentes comerciais, leiloeiras e outro tipo de atividades, que podem estar conexas e ajudar a
este mesmo financiamento.
A proposta que temos hoje em cima da mesa aponta até para outros fenómenos que merecem igualmente
preocupação e combate dentro do branqueamento, mas que não se referem estritamente ao terrorismo. Por
exemplo, quando se alarga o número de pessoas sensíveis do ponto de vista financeiro, já não estamos
estritamente no campo do terrorismo, mas num campo um bocadinho ao lado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Mas há outras matérias que são importantes.
Por exemplo, reduzir a possibilidade de circulação de numerário, dos 15 000 para 10 000 €, como é evidente,
é uma matéria relevante, porque aumentará o grau de transparência.
Em relação ao conceito de beneficiário efetivo que aqui foi falado —e tendo em consideração as dúvidas que
foram levantadas, e bem, pela minha colega, porque, normalmente, o beneficiário efetivo pretende,
precisamente, que não se saiba que ele é beneficiário neste tipo de casos —, é preciso saber se esta proposta
é ou não suficiente
Por último, a proposta faz um reforço da troca de informações, que é, obviamente, o método mais eficaz de
o combater.
Considerando a posição do CDS em relação ao combate ao terrorismo e considerando que a proposta de lei
melhora o sistema de combate ao terrorismo, obviamente que aprovaremos a proposta de lei.
É evidente que esperamos que estas questões continuem a ser discutidas. Diria apenas que quando se
levantam algumas dúvidas, até do ponto de vista de constitucionalidade — nós achamos que a proposta não
enferma desse problema, mas, ainda assim, às vezes levantam-se —, quando se levanta a questão da
privacidade, convém estarmos atentos e termos o mesmo padrão em todas as matérias que tenham a ver com
o terrorismo.
Há outras matérias em que teremos também de ultrapassar dificuldades. Estou a pensar, por exemplo, nos
metadados, matéria sobre a qual o CDS trará aqui uma proposta na próxima semana, e sabemos que o Governo
também terá uma proposta brevemente.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Queira terminar, Sr. Deputado.