12 DE JUNHO DE 2017
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A Sr.ª Sara Madruga da Costa (PSD): — Repito, um ano depois, ainda não está resolvida a situação, e o
apoio do Estado para a reconstrução das casas e para que as famílias possam regressar ainda não chegou.
Um ano depois, 30% dos afetados continuam sem receber os apoios e foi por a situação ainda não estar
resolvida que a Assembleia Legislativa, com o seu poder e legitimidade próprios, deliberou criar este mecanismo
de exceção, com força de lei, da Assembleia da República.
Esta iniciativa não ofereceu dúvidas de maior no Parlamento regional e reuniu um largo consenso. Esta
iniciativa não teve nenhum voto contra por parte de nenhuma das forças políticas regionais, que também estão
representadas neste Parlamento. E porque os Deputados da Assembleia Legislativa consideraram que este é
um instrumento absolutamente necessário e urgente, julgamos que esta iniciativa continuará a ter neste
Parlamento a concordância de todas as forças partidárias.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, tem agora
a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Devo confessar que, por breves
momentos, pensei que houvesse seriedade e sentido de responsabilidade por parte do PSD, em particular do
PSD Madeira, sobre esta matéria. Contrariamente ao que ouvi aqui, parece que é do conhecimento também do
PSD Madeira e da Sr.ª Deputada Sara Madruga da Costa que estão acordados com o Governo Regional e com
o Governo da República 80% da totalidade dos apoios necessários para acudir aos que foram prejudicados
pelos incêndios. Repito: 80%!
Esses acordos estão fechados, assinados, e, no que diz respeito à habitação, há um acordo fechado a 19 de
dezembro de 2016, com uma despesa elegível de 15,5 milhões de euros, e já estão previstos no Orçamento do
Estado 5,5 milhões de euros, cuja transferência para o orçamento regional já foi dada pelo Ministério das
Finanças.
Mas mais: esse acordo fechado entre o Governo do PSD da Madeira e o Governo da República previa que
essa execução fosse feita entre 2017 e 2019. Portanto, é natural que não esteja tudo fechado. Mas, no que diz
respeito à habitação, também quero lembrar que, das cerca de 116 casas apontadas como sendo alvo de apoio
do Governo Regional, apenas 27 foram candidatadas pelo Governo Regional, ou seja, 23%. Cabe ao Governo
Regional explicar porque levou tanto tempo para fazer chegar a informação ao IHRU (Instituto da Habitação e
da Reabilitação Urbana) sobre esta matéria.
Mas mais: em relação aos 30% que ficam fora destes apoios, lembro que, depois do acordo de 19 de
dezembro, o Governo da República enviou uma carta ao Governo Regional que, basicamente, diz o seguinte:
«Eventuais despesas não elegidas ao PROHABITA (Programa de Financiamento para Acesso à Habitação),
mencionadas no referido Acordo, serão suportadas por verbas adicionais a inscrever no Orçamento do Estado,
de modo a que nenhuma família atingida fique fora do apoio». Mais ainda: esta carta deu lugar a uma resolução
do Governo, em janeiro de 2017. Ou seja, em janeiro de 2017, este assunto que a Sr.ª Deputada referiu já estava
resolvido. Já passaram quatro meses e a Sr.ª Deputada ainda não percebeu que o Governo Regional já resolveu
este assunto com transferências do Orçamento do Estado e o que diz a resolução é muito simples: considerando
que foi celebrado um acordo, considerando que 30% estão de fora, então, o Governo Regional regulamenta
esta matéria e garante que o Orçamento do Estado envia para o orçamento regional quase 2 milhões de euros
para financiar esta questão. Ou seja, tudo o que está aqui a passar-se é uma chicana política feita pelo PSD.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Em nome do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tem a
palavra o Sr. Deputado Paulino Ascenção.
O Sr. Paulino Ascenção (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para o Bloco de Esquerda, em
primeiro lugar está a solidariedade para com as vítimas da catástrofe que se abateu sobre a cidade do Funchal,
em agosto do ano passado.