I SÉRIE — NÚMERO 96
32
E, como o Sr. Deputado Feliciano Barreiras Duarte aqui lembrou, e muito bem, a concertação social existe
no País por iniciativa do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
Portanto, não recebemos lições de ninguém, em matéria de diálogo social, nem excluímos — como os
senhores costumam fazer — ninguém deste diálogo social, incluindo a CGTP (Confederação Geral dos
Trabalhadores Portugueses).
Acontece que, depois do nosso debate na concertação social, chegamos a propostas, chegamos a projetos.
Temos, muitas vezes, soluções firmadas, soluções assinadas.
O que acontece quando essas soluções estão assinadas e firmadas? Vêm a esta Assembleia da República,
o CDS abstém-se e o PSD vota contra o diálogo social, que aqui vem relevar.
Protestos da Deputada do CDS-PP Assunção Cristas.
Portanto, o PSD chumba e o CDS abstém-se: é esta a valorização que fazem do diálogo social e da
concertação social.
Aplausos do PS.
Também costumam falar muito de reformas, de reformismo.
Sr.as e Srs. Deputados, os senhores não fizeram nenhuma reforma da legislação laboral — cortar feriados e
cortar o trabalho suplementar não é fazer nenhuma reforma laboral.
Aliás, o Sr. Deputado Feliciano Barreiras Duarte falou em social-democracia — ainda bem que o Sr. Deputado
Pedro Passos Coelho não estava na bancada nessa hora, porque arrepiava-se ao ouvir falar de social-
democracia!…
Aplausos do PS.
Os senhores não têm só um problema político, têm também um problema de lógica. Há cerca de um ano
acusavam o atual Governo de promover a destruição do emprego entre o final de 2015 e o início de 2016.
Portanto, o atual Governo, que tinha acabado de tomar posse, era responsável pela destruição de emprego que
se verificava no País e pela vinda — ficou célebre — do famoso diabo que, aparentemente, continua sem chegar.
Agora que o emprego cresce, dispara, a criação líquida de emprego aumentou e o desemprego baixou, de
quem é a responsabilidade? É dos senhores, naturalmente! Dois anos depois das vossas reformas laborais, que
até hoje não sabemos exatamente quais foram.
Protestos do PSD.
Portanto, os senhores não apresentam propostas de desligamento dos trabalhadores. Os senhores é que
estão desligados da realidade do País e da realidade dos trabalhadores portugueses.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Se estivéssemos na vossa posição também preferiríamos desligar-
nos desta realidade. Porquê? O investimento tem o mais alto crescimento desde 1998; a segurança social está
com um excedente de 1500 milhões de euros; 136 000 desempregados deixaram de ter corte no seu subsídio
desde o dia 1 de junho; o PIB cresce a um ritmo que já não era visto há muitos anos; o desemprego baixa; temos
a confiança dos consumidores em níveis máximos desde 1997; temos uma redução da carga fiscal; temos o
mais baixo défice da história da democracia e conseguimos tudo isto aumentando o rendimento das famílias,
aumentando o salário mínimo e protegendo os trabalhadores.