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12 DE JUNHO DE 2017

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O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Desde sempre, no Governo ou na oposição, o PSD acreditou

na concertação social, que valorizou como espaço privilegiado do diálogo e da cooperação institucionalizada

entre os parceiros sociais, reconhecendo também o relevo do seu papel na procura e solidificação de

compromissos e de equilíbrios entre as legítimas aspirações dos trabalhadores e os desafios do mundo do

trabalho.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Não pertencemos àqueles segmentos radicais da extrema-

esquerda que continuam a acreditar, embora raramente tenham a hombridade de o assumir, na legitimidade

revolucionária e na luta de classes.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem dito!

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Se nós somos extrema-esquerda, os senhores são extrema-direita!

O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Vale, por isso aliás, a pena recordar algumas prosas muito

esclarecedoras a esse propósito, publicadas, nos últimos anos, por exemplo, por destacados dirigentes do PCP,

na revista daquele partido, que dá pelo nome de O Militante.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Estuda bem!

O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Qualquer verdadeiro democrata fica, no mínimo, escandalizado

— para não o qualificar com outro adjetivo —, ao ler este manual do pensamento e da tática do Partido

Comunista Português.

Vejamos alguns exemplos. As teses ali defendidas arrepiam e revelam bem que só por calculismo os partidos

de extrema-esquerda fingem aceitar as regras da democracia representativa e pluralista, da qual a concertação

social é um importante instrumento para alcançar plataformas de entendimento entre relevantes segmentos

económicos e sociais da sociedade portuguesa.

Protestos do Deputado do PCP Jorge Machado.

E o que diz, por exemplo, tal a revista?

Num artigo intitulado Concertação Social — Instrumento da recuperação capitalista, é dito, e cito: «A

‘descoberta’ da concertação social pela social-democracia no pós-guerra teve os mesmos objetivos que tem

hoje:…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Não há nada como insultar os outros!

O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Sr.ª Deputada Rita Rato, nem sempre quem grita mais alto tem

razão.

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!

Aplausos do PSD.

O Sr. Feliciano Barreiras Duarte (PSD): — Nem sempre quem grita mais alto tem razão.

Continuando a citar: «A ‘descoberta’ da concertação social pela social-democracia no pós-guerra teve os

mesmos objetivos que tem hoje: paralisar a acção reivindicativa de massas, integrar os sindicatos no sistema,

numa fase de ascensão do movimento operário.»