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I SÉRIE — NÚMERO 104

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negligente da floresta, a falta de limpeza e o incumprimento da legislação em vigor, a prevenção insuficiente —

eis a mistura explosiva que tem dado resultados que todos conhecemos.

É urgente uma revolução no mundo rural e na gestão da nossa floresta. Uma mudança só já não chegava.

Daí perguntar: o que falta estudar ainda para agir? Quantas comissões mais serão precisas para legislar a

fundo? Pressa?! Não veem que o País profundo não pode perder mais tempo e que não podemos falhar mais

uma vez?! É que, infelizmente, há muitos potenciais Pedrógãos prontos a explodir.

Acabar com a sina do encerramento de serviços nos territórios de baixa densidade é o primeiro impulso de

qualquer reforma ou reestruturação.

A minha revolta, ainda há dias, aquando do encerramento da Caixa Geral de Depósitos em Almeida, tinha

precisamente esse alcance. O mal feito à economia daquela vila não tem justificação.

Deixo, por isso, algumas questões.

O que pensa o Partido Ecologista «Os Verdes» de políticas ativas de repovoamento dos espaços florestais,

de apoio ao regresso à terra? Concordam ou não com a reintrodução do pastoreio, particularmente de cabras,

por forma a gerir os matos nas redes primárias e outros terrenos hoje absolutamente incultos? Como combater

a verdadeira maldição de haver milhares de hectares sem dono conhecido e gente a querer terra para trabalhar

e não a encontrar?

As medidas legislativas do Governo sobre a floresta, sobre o cadastro e sobre o banco de terras vão no

caminho certo. É preciso fazer o que ainda não foi feito até agora.

A Unidade de Missão para a Valorização do Interior está a conseguir isso mesmo: valorizar e criar autoestima

nesses territórios, que era uma coisa de que há muito andávamos arredados.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Deputada Patrícia Fonseca.

A Sr.ª PatríciaFonseca (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, assistimos ontem,

nesta Câmara, a mais uma operação de lavagem política praticada pelo Bloco de Esquerda, pelo PCP e por Os

Verdes que hoje acabou por continuar.

Protestos da Deputada do PCP Carla Cruz.

Numa tentativa desesperada de branquear a enorme descoordenação operacional entre as verdadeiras

causas da tragédia de Pedrógão Grande, os partidos da esquerda viraram-se para a floresta e, assim, deram a

conhecer ao País o verdadeiro valor que dão à floresta portuguesa.

Protestos do PCP.

Os Verdes, que é um partido ecologista, aproveitam a falta de importância que o PS dá ao setor florestal para

impor a sua ideologia como moeda de troca para que a geringonça seja possível, proibindo, assim, a plantação

de eucaliptos, mas fá-lo só porque sim, sem qualquer fundamento técnico ou científico.

Prova disso, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, é o facto de termos sentido a ausência do Partido Ecologista

«Os Verdes» nas reuniões do Grupo de Trabalho sobre a Reforma da Floresta, onde está precisamente em

debate uma iniciativa que é fruto da vossa exigência com o Governo, que é a proibição da plantação de

eucaliptos. Nós não temos visto Os Verdes nessas reuniões e não é de estranhar. Ontem, ouvimos organizações

não-governamentais ambientalistas, como o GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e

Ambiente), a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) e a LPN (Liga para a Proteção da

Natureza) — só cito algumas, mas estavam lá mais organizações —, que confirmaram o que o CDS já sabia, ou

seja, que o problema não está no eucalipto. O problema não está em nenhuma espécie em particular, o problema

está na gestão ou, mais precisamente, na falta dela.

De facto, Sr.ª Deputada, mais vale não estarem presentes para não ouvirem e, assim, não ficarem sem

argumentos.