1 DE JULHO DE 2017
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apoios e aumentar as comparticipações, podendo essas comparticipações chegar aos 100%. É preciso saber
se o Governo está disponível para cumprir imediatamente o Orçamento do Estado, designadamente em relação
à contratação dos 50 vigilantes da natureza que aí está inscrita.
Relativamente às faixas de gestão de combustível é preciso saber se há disponibilidade para avançar
imediatamente, e no que diz respeito aos sapadores florestais, para terminar, o Sr. Ministro anunciou a criação
de 20 novas equipas mas o PCP entende que devíamos criar 70 equipas este ano, ou seja, devíamos criar ainda
mais 50, para podermos atingir, dentro de três anos, a meta das 500 equipas. Sr. Ministro, há disponibilidade
para isto?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro da Agricultura.
O Sr. Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural: — Sr. Presidente, Srs. Deputados,
agradeço as questões colocadas e vou tentar responder objetiva e rapidamente.
Sr. Deputado Carlos Matias, em relação à pequena agricultura familiar, como certamente sabe, o Programa
do Governo inscreveu como uma prioridade a discriminação positiva da pequena agricultura.
Nesse sentido, pusemos já em execução aquilo que podíamos fazer no quadro da margem de manobra
nacional no que diz respeito à alteração dos programas comunitários. Foi assim que aumentámos em 20% os
apoios à pequena agricultura familiar, no quadro do primeiro pilar da PAC; foi assim que aumentámos de 25 000
para 40 000 € os apoios ao primeiro investimento dos pequenos agricultores no âmbito do segundo pilar da
PAC; foi nesse sentido que aumentámos em 50 €/ha os primeiros 5 ha de todas as explorações também
financiadas pelo primeiro pilar da PAC; e foi no sentido de gerar poupanças e promover a redistribuição que
estabelecemos um limite máximo de 300 000 ha para o que os agricultores podem receber, o que, como sabe,
é uma decisão que só pode ser tomada ao nível de cada Estado membro. A União Europeia não teve até agora
coragem de a uniformizar de forma a nenhum agricultor possa receber verbas ilimitadas, como agora acontece.
Em Portugal já não é assim, existe um teto máximo, mas queremos ir mais longe. E porque queremos ir mais
longe, o Governo decidiu, na semana que passou, criar um grupo interministerial, envolvendo oito ministros,
que, até ao final do mês de setembro, irá apresentar um documento de trabalho, visando, depois, a sua ser
tradução num diploma legal para consagrar o estatuto da pequena agricultura familiar, por forma a que, aí,
possamos plasmar todo o regime de direitos, de incentivos, de apoios que discriminam positivamente este
segmento da agricultura, sem o qual o mundo rural tenderá a desertificar-se cada vez mais.
Sr. Deputado Luís Pedro Pimentel, o Sr. Deputado pediu ponderação no que diz respeito à reforma da
floresta, para que não tomemos decisões apressadas.
Sr. Deputado, a 15 de agosto de 2016, o Governo, o Sr. Primeiro-Ministro decidiu constituir um grupo
composto por nove ministros, incluindo eu próprio, para apresentar até ao final de outubro um primeiro draft
sobre o que deviam ser os primeiros passos para a reforma da floresta.
Oito ministros trabalharam todo o verão, provavelmente enquanto o Sr. Deputado esteve de férias, e
justamente, porque é um direito que assiste a todos os trabalhadores portugueses.
Protestos do PSD.
Durante esses três meses, foi elaborado esse trabalho e a 27 de outubro…
Protestos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Ministro, dê-me licença.
Srs. Deputados, criem condições para o Sr. Ministro poder continuar a sua intervenção.
Faça favor de continuar, Sr. Ministro.