I SÉRIE — NÚMERO 104
46
que ocorreram em Pedrogão Grande, Castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Arganil,
Góis, Penela, Pampilhosa da Serra, Oleiros e Sertã entre 17 e 24 de junho de 2017 (PSD, PS, BE e CDS-PP).
Cada grupo parlamentar dispõe de 2 minutos para intervir sobre esta matéria.
Para uma primeira intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim, do PSD.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr. Presidente: O PSD tomou a iniciativa de propor a todos os grupos
parlamentares a criação de uma comissão técnica independente, de molde a ser possível realizar uma avaliação
do que aconteceu, dos trágicos acontecimentos dos passados dias 17 a 24 de junho, nos concelhos de Pedrógão
Grande, Castanheira de Pera e outros.
Em boa hora o fizemos. A nossa intenção não é de encontrar culpados ou de absolver quem quer que seja
de eventuais responsabilidades, mas parece-nos imprescindível que seja feito, quanto antes, um juízo técnico,
independente e credível. Repito, Sr. Presidente, ainda bem que o fizemos.
Hoje é inegável para qualquer português que aquelas entidades que dependem do Governo e que se andam
a digladiar na praça pública com relatórios contraditórios e com passa-culpas constantes, não têm, neste
momento, condições mínimas objetivas para realizar essa avaliação técnica de forma isenta e imparcial.
Por isso, o PSD entende que foi muito feliz esta nossa ideia de apresentar uma proposta a que outros partidos
vieram a aderir.
Mas, Sr. Presidente, desenganem-se aqueles que, eventualmente, julgam que a criação desta Comissão
Técnica e a necessidade imprescindível de realizar uma avaliação independente vai colocar em hibernação
qualquer juízo político e a exigência das respostas necessárias e imprescindíveis que os portugueses, neste
momento, estão a fazer.
O PSD não o fará. O PSD continuará a exigir ao Governo, à Administração Pública e às entidades que
estiveram envolvidas nestes acontecimentos as respostas necessárias e nunca prescindirá da missão de
fiscalização do Governo e da Administração Pública, quer nesta, quer noutras matérias.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção pelo Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr. Deputado
Filipe Neto Brandão.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Sr. Presidente: A exposição de motivos deste projeto de lei que cria a
comissão técnica independente, proposta pelo PSD e a que o Grupo Parlamentar do PS, pela assinatura do seu
líder parlamentar, anuiu e contribuiu para erigir e dotar de independência e de competência técnica, espelha,
cremo-lo bem, o que os portugueses esperam de nós.
Perante um fogo que, inopinadamente, se convolou numa tragédia de proporções sem paralelo, num País
que é recorrentemente assolado, ano após ano, pelo flagelo dos incêndios florestais, as interrogações,
perplexidades e inquietações que a dimensão dessa tragédia nos suscita não podem deixar de ser respondidas
de forma cabal e objetiva.
É certo, e registamo-lo positivamente, que o Governo de imediato ordenou, junto dos serviços com
responsabilidades nas diversas áreas envolvidas, que fossem dadas respostas a questões cruciais. Importaria,
porém, que, além dessas, que serão em tempo entregues às respetivas tutelas e das quais viremos a ter
conhecimento, pudéssemos consensualizar uma entidade desobrigada de qualquer vínculo ou subordinação às
instâncias do poder político ou administrativo e que, de igual modo, acordássemos num modo de designação
dos seus membros que oferecesse a todos os portugueses garantias incontestáveis de isenção, objetividade e
rigor.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Para que o resultado do trabalho dessa comissão, que estará concluída
num prazo célere e improrrogável, possa vir a ser reconhecido por todos os portugueses como expressão da
realidade daquilo que se passou e de um modo incontroverso, para que não subsistam, então, rumores, versões
parcelares ou versões desencontradas, como ainda esta semana, no debate quinzenal, alguém