1 DE JULHO DE 2017
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eufemisticamente as apodava. Só assim as suas conclusões e recomendações terão a autoridade que a
resposta às nossas perguntas reclama, só assim seremos capazes de honrar a memória dos que morreram e o
compromisso deste Parlamento não pode ser outro senão com a transparência e a verdade, para que possamos
saber mas também para que possamos agir em conformidade, como os portugueses esperam de nós.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda,
o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A proposta da criação de uma
comissão de independentes para investigar o que aconteceu nos fatídicos incêndios das últimas semanas é uma
proposta avançada pelo PSD, a que demos a nossa anuência, a qual subscrevemos e que iremos votar
favoravelmente, daqui a pouco.
Face à tragédia que ocorreu, não poderíamos deixar de ter outra resposta que não a da exigência do
apuramento de todas as responsabilidades. Todas as perguntas devem ser feitas e todas as repostas devem
ser dadas.
Quis o debate político e a iniciativa do PSD que, da parte parlamentar, fosse desencadeado o processo
através de uma comissão independente. Estamos à altura desse debate e interviemos para garantir que nenhum
dos aspetos que tiveram um papel relevante nestes incêndios — quer o ordenamento ou a falta dele, quer a
prevenção ou a falta dela, quer o combate aos incêndios ou em alguns problemas neste combate —, ficasse
descurado quanto ao objetivo para que esta Comissão foi criada e às atribuições a que tem de responder depois
do relatório final.
Em nome de toda a transparência e da exigência a que este momento também obriga, queria dizer que esta
Comissão e o relatório a que fica obrigada não exime outras investigações que estão em curso e outras
respostas que consideramos ser urgente assumir no curto prazo, e não impede nenhum grupo parlamentar nem
a Assembleia da República de agir perante qualquer resposta que, no entretanto, seja aqui alcançada ou que
no País seja esclarecida.
Com esta transparência, a única coisa que podemos desejar, ao concluir esta intervenção, é que toda a
verdade seja, de facto, esclarecida, com a independência e a relevância de uma comissão que, para lá dos
partidos políticos, possa agora ter, então, como objetivo final uma conclusão.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP, o Sr. Deputado
Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O CDS, conforme disse desde
que esta proposta foi apresentada publicamente, apoia qualquer iniciativa que vise a descoberta da verdade
sobre os factos que ocorreram nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Ansião.
Mas gostaríamos de dizer, de forma clara, que esta comissão técnica independente é isso mesmo: é uma
comissão técnica para apurar e averiguar questões técnicas. Esta comissão, por isso, não exime, antes reforça,
a exigência de esta Assembleia poder usar a plenitude das suas competências regimentais para apurar as
responsabilidades que houver para apurar. E, mais, não exime, antes reforça, a necessidade de o Governo dar
explicações e respostas aos acontecimentos que ocorreram precisamente naqueles dias.
Por isso, será nesta postura e com esta postura que o CDS encarará esta comissão, como comissão técnica,
o que não diminui, antes pelo contrário reforça, os poderes da Assembleia da República e as exigências e
obrigações do Governo de dar respostas.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Em nome do Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.