I SÉRIE — NÚMERO 104
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Relativa ao voto n.º 350/XIII (2.ª):
O Grupo Parlamentar do PCP absteve-se na votação deste voto do PSD, não porque não valorize a
classificação do território de Castro Verde como Reserva da Biosfera da Unesco. Tanto valoriza que até
apresentou um voto sobre a matéria, que foi aprovado por unanimidade.
A abstenção do PCP prende-se com o facto de o PSD ter ignorado completamente duas das três entidades
que apresentaram a candidatura que culminou na classificação. O voto do PSD refere apenas o trabalho
desenvolvido pela Associação de Agricultores do Campo Branco, ignorando o papel e a intervenção da Liga
para a Proteção da Natureza e da Câmara Municipal de Castro Verde.
Foi o trabalho conjugado que permitiu àquele território fazer a diferença que foi reconhecida pela Unesco.
Uma congratulação com a classificação que deixe de fora dois dos três protagonistas é não respeitar esse
trabalho conjunto para um objetivo comum.
O Deputado do PCP, João Ramos.
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Relativas aos projetos de lei n.º 555 e 563/XIII (2.ª) e aos projetos de resolução n.os 928, 929, 934 e 935/XIII
(2.ª):
Os Deputados signatários desta declaração de voto, várias vezes, expressaram publicamente a sua opinião
sobre as matérias que são versadas nestes projetos apresentados pelo PAN [projeto de lei n.º 555/XIII (2.ª) e
projeto de resolução n.º 929/XIII (2.ª)], dando nota da sua concordância com estas realidades e preocupações,
e das suas experiências pessoais.
O projeto de lei n.º 555/XIII (2.ª) e o projeto de resolução n.º 929/XIII (2.ª), apresentados pelo PAN, apontam
no caminho certo, são coerentes e equilibrados, bem fundamentados e suportados pelas recomendações da
OMS e da ONU.
O parto é um momento de extraordinária importância na vida de todos os que nele estão envolvidos, um
momento que pode ser potenciador de envolvimento emocional e vínculo. Quanto mais a parturiente se sentir
segura, confiante e acompanhada, melhor funcionarão todos os mecanismos biológicos que são despoletados
no decurso do parto. Abrir a possibilidade de escolha no acompanhamento não se trata de encher a sala de
partos de multidões que opinam e interferem. Trata-se de garantir um apoio mais eficiente à mulher em
momentos de uma especial especificidade. Poder escolher alguém em quem se confia, que tenha experiência,
ou que contribua para a redução dos seus níveis de stress pode ter um grande efeito positivo no desempenho
que ela própria terá no parto.
O projeto em causa é bem explicativo e é muito oportuna a referência às recomendações do CEDAW das
Nações Unidas.
Esta alteração legislativa terá um impacto positivo tremendo no que diz respeito também ao efetivo
acompanhamento contínuo nas horas que medeiam a entrada no hospital e o parto propriamente dito. O
articulado está bem proposto, chegando a salvaguardar que se for entendido que a presença dessa pessoa é
prejudicial para a parturiente, a sua presença será recusada, devolvendo ao corpo clínico um papel ativo na
decisão.
O projeto sobre a disponibilização do parto na água no SNS menciona também as recomendações da OMS
e os países onde esta possibilidade já existe, e a parte resolutiva é clara e concreta: operacionalizar a oferta nas
unidades hospitalares já preparadas para o efeito e verificar a possibilidade de estender a disponibilização. Ou
seja, o projeto é moderado, fundamentado e realista.
Devidamente preparado e acompanhado, o parto na água é uma opção segura. As estatísticas sobre este
dado são absolutamente esclarecedoras.
Mais do que seguro, é potenciador do relaxamento e do processo fisiológico hormonal.
Além disso, o parto na água implica menos custos para a entidade hospitalar e normalmente um menor
número de profissionais de saúde envolvidos e a administração de menos fármacos.