8 DE JULHO DE 2017
73
O PCP critica qualquer propósito que, designadamente a pretexto dos concursos, sirva para promover o
despedimento de trabalhadores.
Considerando que muitos trabalhadores têm sido contratados e estão a desempenhar funções em postos de
trabalho cuja necessidade é permanente, mas não a tempo completo, não é adequado que esses trabalhadores
sejam excluídos de integração com vínculo efetivo.
Para efeitos de concurso devem poder candidatar-se todos os trabalhadores que aleguem reunir os requisitos
em causa, independentemente da entrega do requerimento e, ainda que esse não seja o entendimento das CAB
e das respetivas entidades empregadoras, no qual se tenha em consideração o tempo de serviço e a experiência
profissional na ocupação do posto de trabalho.
Nesta sequência, deve a ausência de avaliação ser suprida automaticamente contando sempre o tempo de
trabalho realizado.
Além da criação de postos de trabalho nos mapas de pessoal, deve ser também assegurada a criação
automática de mapas de pessoal onde não existam.
No sector empresarial do Estado, com possibilidades de contratação mais célere, devem ser adotadas as
soluções e os prazos correspondentes a essa decisão mais rápida.
Na administração local, no sector empresarial local, respeitando a autonomia do poder local, nada deve
impedir que as situações de precariedade sejam resolvidas a qualquer momento e antes dos prazos gerais
referenciados.
Esta proposta de lei teve os votos contra do PSD e do CDS e o voto favorável do PCP, do PEV, do BE e do
PS. O voto do PCP, de modo a que não seja travado ou não haja pretextos para travar o andamento rápido,
eficaz e efetivo da resolução do problema da precariedade na Administração Pública e no sector empresarial do
Estado, não anula a oposição do PCP a aspetos do seu conteúdo e a necessidade de proceder a significativas
alterações. No âmbito da discussão na especialidade, o PCP apresentará propostas de alteração com vista à
clarificação, à eliminação de equívocos e à correção de matérias que entendemos importantes e indispensáveis.
O PCP considera que não existem trabalhadores a mais nos serviços públicos (como tantas vezes afirmam
PSD e CDS), pelo contrário, o que torna urgente a regularização do vínculo a todos os que se encontram numa
situação de precariedade, a contratação de todos os que fazem falta nos serviços, bem como o
descongelamento da progressão na carreira para todos.
A valorização do trabalho e o reforço dos direitos dos trabalhadores é condição indispensável para a
qualidade dos serviços públicos e para um rumo de progresso e justiça social.
Os Deputados do PCP, Rita Rato — António Filipe.
———
Nota:As declarações de voto anunciadas pelos Deputados do PS Luís Moreira Testa e do PCP João Oliveira
não foram entregues no prazo previsto no n.º 3 do artigo 87.º do Regimento da Assembleia da República.
———
Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.