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I SÉRIE — NÚMERO 109

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Por tudo isto, dá-nos pena que o PCP, agora de braço dado com os herdeiros de José Sócrates, não diga

quem foi o responsável pela privatização da PT.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Cavaco Silva!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Ah PCP, PCP, que já vos vai faltando a franqueza e o ânimo revolucionário!

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Porém, este debate tem uma segunda parte, não assumida, dissimulada, sibilina,

que se liga com a forma agressiva como, nos últimos dias, o Primeiro-Ministro, António Costa, tem atacado a

empresa privada, a PT/Altice, no melhor estilo de um governante de uma república bananeira.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Numa estranha linha de continuidade com o socratismo triunfante da década

passada, prosélito dos mesmos tiques e dos mesmos truques, António Costa ataca, denigre, enxovalha

empresas privadas.

Estranho, não é?

Será porque a PT/Altice, no momento em que procede à compra da Media Capital/TVI, se tornou incómoda,

progressivamente incómoda, para o seu Governo de meias verdades e de dissimulação?

Será porque a PT/Altice/Media Capital/TVI pode vir a revelar a realidade constrangedora de um Governo que

se esboroa à vista de todos e, em desespero de causa, decreta leis da rolha nos organismos que deviam informar

os portugueses?

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Adão Silva (PSD): — António Costa, num alinhamento perfeito com o seu precursor e inspirador político

José Sócrates, quer governar na base da dissimulação, dos subterfúgios, das inverdades e do passa-culpas.

Tal como José Sócrates, António Costa, cara e coroa da mesma moeda, quer fazer-nos acreditar que a

verdade em política não tem nada de objetivo. É, antes, uma construção maquilhada de factos e de irrealidades

apresentadas com habilidade, manha e um otimismo irritante. Uma trivialidade! Uma trivialidade a que o PCP e

o Bloco de Esquerda se entregam com denodo e empenho, pois claro.

Quem havia de dizer que o PCP e o Bloco de Esquerda seriam, afinal, comparsas desta comédia de enganos

que José Sócrates tão bem representou e onde, com todas as evidências, a começar pelos atores, António

Costa não é mais do que uma reprise.

Protestos do BE e do PCP.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe para concluir porque já ultrapassou o tempo de que dispunha.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Quem havia de dizer que o PCP e o Bloco de Esquerda iriam instrumentalizar os trabalhadores de uma

empresa privada para acobertar propósitos inconfessáveis de António Costa e dos socialistas reinantes?

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Fale dos despedimentos dos trabalhadores!

O Sr. Adão Silva (PSD): — De facto, às vezes, como dizia Pirandello, a realidade é mais surpreendente do

que a própria ficção.