6 DE OUTUBRO DE 2017
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Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado, ao Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização
Urbanas, estão neste momento em execução um total de 4803 milhões de euros, na política de habitação.
Aplausos do PS.
Portanto, estamos entendidos.
Quanto à segunda parte da questão, Sr. Deputado, o Governo não alterou as regras a meio do concurso. O
Governo abriu um concurso com regras e há pessoas que não estão satisfeitas com o seu resultado — é legítimo.
São cerca de 100 num universo total de milhares de professores que estão colocados.
Aquilo que foi solicitado, que era uma solução administrativa para os problemas da vida concreta das
pessoas, não é possível, pela simples razão de que, havendo um concurso, a alteração administrativa do
resultado desse concurso afeta necessariamente todos os outros que ficaram também colocados com base nele.
Há um problema de fundo, Sr. Deputado Hugo Soares, que teremos, e já o disse aqui várias vezes, um dia,
de tratar com seriedade, que é o seguinte: como é que é possível haver uma carreira profissional, a única na
Administração Pública portuguesa, onde, de quatro em quatro anos ou de três em três anos, os profissionais
estão sujeitos a um regime de concurso universal que implica uma alteração do seu local de trabalho, havendo
uma tendencial impossibilidade de coincidência entre o local da residência e o local de trabalho?
Depois, soma-se um conjunto de complexidades. Tive oportunidade de falar pessoalmente com várias das
pessoas afetadas e dou-lhe o caso concreto de uma senhora que vive em São João da Madeira e está no quadro
de vinculação n.º 5, que abrange os distritos de Castelo Branco e da Guarda, ou seja, está vinculada num quadro
de zona pedagógica que é logo longe do quadro de zona pedagógica onde reside. Está recentemente vinculada
e, portanto, tem uma posição relativamente baixa na graduação e foi colocada — indica n prioridades para a sua
colocação — na 77.ª posição, em Almeida.
É natural que quem vive em São João da Madeira e fica colocado em Almeida não esteja satisfeito, mas isso
não resulta da alteração das regras do concurso, resulta dessas regras, de a senhora ter aquela morada de
residência, aquele quadro de vinculação e ter indicado também Almeida como uma das localizações a que se
apresentou a concurso.
Nenhum professor foi colocado numa escola para onde não tenha concorrido. Esta é a verdade e estes são
os factos.
Aplausos do PS.
Em segundo lugar e quanto ao mais, o seu grupo parlamentar tomou a iniciativa, e bem, de propor que,
perante a gravidade dos acontecimentos em Pedrógão Grande, fosse constituída, no quadro desta Assembleia
da República, uma comissão técnica independente, para que tudo fosse apurado por uma entidade isenta e
imparcial, que não estivesse na dependência do Governo. É tal a gravidade do tema que toda a gente, a começar
pelo Governo, aceitou esta proposta e foi designada uma comissão técnica independente.
Gostava de saber o que é que teria sido dito se o Governo tivesse recusado a comissão técnica independente
ou se o Governo, em vez de aguardar serenamente pelo que a comissão técnica independente venha a apurar,
se antecipasse a apresentar conclusões ao País que só essa comissão tem neste momento legitimidade para,
efetivamente, apresentar.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, o senhor ignora que existe o princípio da separação de poderes? O Sr. Deputado ignora que
não compete ao Governo interferir na administração da justiça? Acha que compete ao Governo substituir-se ao
Ministério Público na condução da ação penal para investigar se houve furto, se houve roubo ou qualquer outro
facto criminal em Tancos? Acha que é isso que compete ao Governo?!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.