6 DE OUTUBRO DE 2017
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O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, pois é: o País sabe hoje que, 97
dias depois do episódio de Tancos, o senhor não é capaz de dizer se o material desapareceu porque veio um
OVNI (objeto voador não identificado), se desapareceu porque o inventário foi mal feito ou se, efetivamente, foi
de lá subtraído por alguém.
Sabe, Sr. Primeiro-Ministro, no primeiro semestre de Direito Constitucional aprende-se política, não se
aprende isso.
O Sr. João Galamba (PS): — Ai é?!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — E sabe uma coisa, Sr. Primeiro-Ministro? É de responsabilidade política
que estamos a falar e o senhor não a tem, sacode-a todos os dias como se tivesse chegado hoje ao Governo e
não fosse nada consigo.
Aplausos do PSD.
É assim também na questão dos professores, Sr. Primeiro-Ministro. O senhor elenca o problema como se
tivesse caído aí agora de paraquedas. O senhor é Primeiro-Ministro há dois anos!
O Sr. Primeiro-Ministro não conhecia as regras e mudou-as antes do concurso. Os professores foram
prejudicados e o senhor não quer resolver o problema dessas pessoas.
Sr. Primeiro-Ministro, vamos passar para outro tema, porque nestes já vi que não diz nada. Vamos falar de
saúde.
Durante os últimos meses, Sr. Primeiro-Ministro, a dívida na saúde continuou a crescer de forma exponencial.
São greves atrás de greves. Creio que não há sequer um setor na saúde que não tenha anunciado ou feito uma
greve. São cirurgias adiadas, é um serviço que não serve as pessoas. Mas os senhores enchem a boca a dizer
que estão a salvar o Serviço Nacional de Saúde e tiveram, até, a ousadia de ter um Sr. Secretário de Estado a
dizer que era um tormento governar nessas circunstâncias.
Sr. Primeiro-Ministro, tormento era governar quando não havia certeza se havia dinheiro para pagar salários;
tormento era quando se tinha de pagar as dívidas que o Governo a que o senhor pertenceu deixou para os
outros pagarem. Isso é que era um tormento!
Aplausos do PSD e do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.
O Sr. Secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares (Pedro Nuno Santos): — Vocês também
deixaram dívidas! Não deixaram dívidas?!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Mas se o Sr. Primeiro-Ministro virou a página da austeridade e virou a
página das dificuldades, acha agora que é um tormento governar com as expectativas que gerou?!
Sr. Primeiro-Ministro, é um problema como o que aconteceu na Proteção Civil. O senhor não tem escolhido
os seus porque são bons, escolhe-os porque são seus!
Queria fazer-lhe uma pergunta direta, a que lhe pedia uma resposta direta. No Hospital de Ovar o senhor
nomeou para presidente do conselho diretivo um professor do ensino secundário, de Matemática, que é um
candidato derrotado do Partido Socialista a uma autarquia local, e nomeou para vogal desse conselho diretivo
a filha do homem forte do Partido Socialista de Ovar.
Pergunto-lhe diretamente, a si: que critério presidiu a estas nomeações?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, o primeiro número que deve reter é o de um corte,
entre 2011 e 2015, de 7% na despesa com saúde. Houve menos 653 000 milhões de euros investidos em saúde
em Portugal, nos quatro anos em que VV. Ex.as foram governo.