I SÉRIE — NÚMERO 17
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Quando, neste Orçamento, aumentamos as pensões, não estamos a ser eleitoralistas, não estamos a dar
nada a ninguém, estamos a respeitar quem trabalhou uma vida inteira e merece ter uma reforma com dignidade.
Aplausos do PS.
Quando, neste Orçamento, baixamos os impostos não para os rendimentos de capital mas para os
trabalhadores da classe média e da classe média-baixa não estamos a ser eleitoralistas, estamos a respeitar
quem trabalha e ganha pouco em Portugal e merece de todos nós respeito e um esforço orçamental importante.
Quando descongelamos as carreiras, mais uma vez, não estamos a ser eleitoralistas, nem a dar nada a
ninguém, estamos a respeitar quem trabalha todos os dias nos hospitais, nas escolas, nas ruas deste País.
Estamos a respeitar os trabalhadores do Estado,…
Protestos de Deputados do PSD.
… estamos a respeitar o contrato que o Estado tem com os seus trabalhadores.
Aplausos do PS.
Ao contrário dos que dizem que damos tudo a todos, fazemos isto tudo com o défice orçamental mais baixo
da história da democracia portuguesa! Fazemos isto tudo, baixando novamente a dívida pública. É de respeito
que se trata neste Orçamento.
Caras e caros Srs. Deputados, o PSD quer mais do que isto. O PSD já concordou com o aumento das
pensões e até já tinha dito que também queria descongelar as carreiras, que queria melhores serviços públicos,
que queria o défice zero e que ainda queria baixar os impostos sobre as empresas lucrativas, os impostos sobre
os dividendos e os impostos sobre as taxas. O PSD apresenta-se neste debate para não ser levado a sério por
ninguém!
O CDS não quer ficar atrás. O CDS critica a irresponsabilidade, o Orçamento impossível de concretizar, mas
tem a coragem — para ser simpático, uso a palavra «coragem» — de apresentar medidas que, em contratações
e em investimentos, representam despesa adicional de 1500 milhões de euros!
Aplausos do PS.
O PSD e o CDS apresentam-se na discussão deste Orçamento para não serem levados a sério. Não querem
levar a sério aquela que é a sua função na oposição.
Protestos de Deputados do PSD.
Caras e caros Deputados, temos um Orçamento importante que respeita e dignifica o povo português e que
não põe em causa as contas públicas, porque vamos conseguir, mais uma vez, como conseguimos este ano,
um défice mais baixo do que alguma vez o PSD e o CDS puderam imaginar que fosse possível.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Vamos passar à discussão da proposta 93-C, do CDS-PP, de aditamento de um artigo
novo, artigo 3.º-A — Limite máximo das cativações no Estado.
Para apresentar a referida proposta, tem a palavra o Sr. Deputado João Almeida.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados: Não foi fácil introduzir o tema das cativações no debate político em Portugal, mas foi muito justo que
se tenha conseguido fazê-lo.
Lembramos que, desde que foi conhecida a Conta Geral do Estado de 2016, o CDS denunciou um abuso de
cativações que significou uma restrição de despesa em relação àquilo que o Parlamento tinha aprovado,