24 DE NOVEMBRO DE 2017
45
Basta conversar com as populações de norte a sul do País, abrangidas pelas diferentes ex-SCUT, para
perceber que as portagens só significaram duas coisas: aumento de custos para as empresas e menos salário
ao fim do mês. Este é um verdadeiro imposto sobre a mobilidade, que é um direito fundamental das populações.
Assim, a proposta do PCP, de eliminação das portagens nas ex-SCUT, é uma medida que contribui para
combater as assimetrias regionais, promove o crescimento económico e a mobilidade das populações
constitucionalmente consagrada.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Margarida Balseiro Lopes.
A Sr.ª Margarida Balseiro Lopes (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.
Deputados: O Governo faz neste Orçamento um ataque sem precedentes aos trabalhadores independentes, os
mesmos trabalhadores independentes tantas vezes usados como exemplo da precariedade em Portugal.
Protestos de Deputados do PS.
Vão, agora, estes trabalhadores independentes ter um agravamento do seu IRS, como vão ter um
agravamento da burocracia para cumprimento das obrigações que têm.
Como importa recordar, temos, atualmente, um regime simplificado, que, por vontade do Governo e por
proposta do Orçamento do Estado, passa a ser um regime complicado, e o PS, insatisfeito com isto, propõe uma
alteração em que o regime simplificado passa a supercomplicado.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Balseiro Lopes (PSD): — O PSD dá a oportunidade para, pelo menos aqui, os partidos
de esquerda serem coerentes e para, já que tantas vezes defendem os trabalhadores independentes, se
juntarem ao PSD, a fim de revogar as alterações ignóbeis,…
O Sr. João Galamba (PS): — Ignóbeis?! Vocês é que penhoraram os salários e, agora, falam em ignóbeis?!
A Sr.ª Margarida Balseiro Lopes (PSD): — … apresentadas pelo Governo e pelo Partido Socialista, ao
regime simplificado dos trabalhadores independentes.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: O PCP traz a debate
propostas que contribuem para uma maior justiça e equidade fiscais.
Propomos que a taxa máxima de IMI seja reduzida de 0,45% para 0,4%, dando continuidade a uma proposta
anterior do PCP, de que beneficiaram centenas de milhar de contribuintes. Com esta nova redução dá-se mais
um passo para aliviar o IMI, um imposto que foi, brutalmente, agravado pelo anterior Governo, PSD/CDS.
Propomos, ainda, que as chamadas «rendas antigas» possam ser deduzidas em sede de IRS. Esta é uma
medida que beneficiará os contribuintes mais idosos, aqueles que têm contratos de arrendamento anteriores a
1990.
Mas uma política fiscal mais justa também requer medidas de tributação mais adequadas dos lucros das
grandes empresas e dos rendimentos muito elevados.
Nesse sentido, o PCP propõe o aumento da derrama estadual de 7% para 9% para as grandes empresas
com lucros superiores a 35 milhões de euros. Isto é algo que já deveria ter sido feito em 2015, no âmbito da
reforma do IRC, mas que o anterior Governo, PSD/CDS, decidiu meter na gaveta.