I SÉRIE — NÚMERO 20
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Ao nível energético, Os Verdes garantiram o alargamento da dedução à coleta para a microprodução de
energia, a partir de fonte solar, que é uma área onde Portugal tem muitas condições para expandir a sua
eletroprodução e que precisa de ser incentivada para crescer em benefício de energias mais limpas e da redução
de emissões de gases com efeito de estufa.
Estes são apenas alguns exemplos das várias conquistas que Os Verdes conseguiram neste Orçamento do
Estado.
Este Orçamento está ainda longe, Sr.as e Srs. Deputados, do que era possível ter alcançado se não fossem
certos constrangimentos europeus e as obsessões pelo défice.
O Partido Ecologista «Os Verdes» não defende o descontrolo das contas públicas, mas também não pode
aceitar que fiquemos atados aos números irrealistas de Bruxelas que liquidam a capacidade de desenvolvimento
dos países mais frágeis.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o seu tempo, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª HeloísaApolónia (Os Verdes): — Estou mesmo a terminar, Sr. Presidente.
A verdade é que garantir rendimentos às famílias e robustecer a nossa economia é o caminho para gerar
riqueza no País e, portanto, para gerar contas públicas mais saudáveis.
O PS deveria ser mais defensor do bem-estar da nossa sociedade, porque o País ganha com isso.
Em nome do imperativo de romper com o caminho da tortura social ambiental e económica que o PSD e o
CDS impuseram ao País, Os Verdes votarão a favor dos avanços conquistados com o Orçamento do Estado
para 2018.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. JoãoOliveira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados:
O Orçamento do Estado para 2018, que votaremos hoje, consolida as medidas de reposição de direitos, salários
e rendimentos tomadas nos últimos dois anos e dá novos passos nesse sentido.
Desce o IRS, aumentam as pensões, reforça-se o apoio social aos desempregados, às crianças, às pessoas
com deficiência, alarga-se a gratuitidade dos manuais escolares, repõe-se o direito à progressão nas carreiras
e o pagamento por inteiro do trabalho extraordinário e noturno, apoiam-se as PME (pequenas e médias
empresas), agricultores e pescadores.
Em todas essas medidas está o resultado da luta, a contribuição do PCP e o sentido da política alternativa
pela qual é necessário continuar a lutar.
Todas essas medidas devem ser valorizadas porque contribuirão para que milhões de pessoas tenham, em
2018, as suas condições de vida e de trabalho melhoradas.
A resposta aos problemas estruturais do País continua, no entanto, limitada pelas opções do Governo e do
PS, que deixam intocados os principais constrangimentos internos e externos do País e não rompem com
opções da política de direita.
Podia e devia ter-se ido mais longe.
Na reposição e conquista de direitos e nas opções de fundo que é preciso fazer para ultrapassar os problemas
estruturais do País, o PCP trouxe ao debate do Orçamento do Estado, nas suas diversas fases, o sentido da
política alternativa que continua a fazer falta para desenvolver o País, para criar mais riqueza e distribuí-la com
mais justiça, para criar emprego e combater a pobreza, para defender o regime democrático, as liberdades e os
direitos.
É essa política alternativa que está por concretizar e pela qual é preciso continuar a lutar.
Do que já constava da proposta de Orçamento e do que foi alcançado na discussão em sede de
especialidade, a intervenção do PCP foi decisiva para que se levasse mais longe o conjunto de medidas positivas
para a vida de trabalhadores, reformados, jovens, desempregados, pessoas com deficiência, PME, agricultores
e pescadores.