28 DE NOVEMBRO DE 2017
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Protestos do BE.
Também o PCP julga que consegue escapar a esta categoria da comédia e do ridículo quando reivindica os
resultados mais simpáticos das medidas de melhoria de rendimento,…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Há muito que acabou o seu tempo!
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Vou concluir, Sr. Presidente.
O PCP julga que consegue escapar a esta categoria quando reivindica os resultados mais simpáticos das
medidas de melhoria de rendimento, mas lava as mãos do que designa de política de direita, que entende que
é a que prossegue com este Governo.
Política de direita, nesta aceção, é, para o PCP, aquela que permite criar a ilusão de que a melhoria de
rendimentos não tem contrapartidas nem traz consequências menos simpáticas. E se o Primeiro-Ministro disser
que tal ilusão está a chegar ao fim, os comunistas não estarão dispostos para renovar a geringonça, que só
pode viver e frutificar na ilusão, evidentemente.
Aplausos do PSD.
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias e da Deputada do BE Mariana Mortágua.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe que conclua.
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Há, infelizmente, outras dimensões preocupantes no caminho que vem sendo seguido e que estão para além
da mera discussão orçamental.
Refiro-me à forma como o Governo encara a própria ação política. Tudo parece reduzido ao mais puro
taticismo, gere-se a agenda pública em função das oportunidades e do que a maré trouxer, nunca em função
de um rumo estratégico traçado, que não existe, e, sobretudo, reduz-se a gestão dos recursos públicos em
função da necessidade de remeter, tanto quanto possível, para o que Bobbio designou como o «mercado
político»,…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe para concluir.
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — … em que todos são convidados a reverem-se numa oferta particular
de que o Governo dispõe e a sociedade, no seu conjunto, é tratada e segmentada em potenciais clientes,
suscetíveis de constituírem peças autónomas numa negociação neocorporativa…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de terminar.
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — … que transcende qualquer entendimento sobre o interesse comum.
Concluo, Sr. Presidente, dizendo que votaremos, evidentemente, contra este Orçamento. Trata-se de um
voto que o Governo fez, justamente, por merecer. É um Orçamento que não serve o País.
Aplausos do PSD, de pé, e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Os senhores batem muitas palmas quando a música é ruim!
O Sr. Presidente: — Como terão notado, o Grupo Parlamentar do CDS-PP cedeu parte do seu tempo de
intervenção ao PSD.
Para encerrar este debate, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.