9 DE DEZEMBRO DE 2017
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António Santos Tovim, médico em Cantanhede, ensinou-lhe a ler as pautas musicais e a tocar piano. Mais tarde,
em 1907, foi para o Porto, para frequentar o Curso Geral dos Liceus. Ficou a residir na casa de um tio e padrinho,
Professor Doutor José d’Oliveira Lima. É no Porto que frequenta o Conservatório e continua a estudar piano,
com Ernesto Maia.
Desde 2009 que o estudo, a revisão, a edição e a difusão das obras musicais deixadas por António Fragoso
são impulsionados pela Associação António Fragoso, que, sob a presidência de Eduardo Fragoso Martins
Soares, tem desenvolvido um trabalho assinalável para o conhecimento de Fragoso e da sua obra, contribuindo,
ainda, para perspetivar a relevância dessa obra no seu tempo.
Neste contexto, a Assembleia da República formula um voto de saudação à Associação António Fragoso no
momento em que esta assinala o centenário da morte do compositor, através de mais de uma centena de
iniciativas culturais a realizar em cerca de quarenta localidades do território nacional e catorze concertos no
estrangeiro, divulgando, ampla e dignamente, o legado musical e literário de António Fragoso».
O Sr. Presidente: — Vamos votar este voto, Srs. Deputados.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Passamos, agora, ao voto n.º 449/XIII (3.ª) — De condenação da agressão à Líbia, do tráfico de seres
humanos e da escravatura, apresentado pelo PCP.
Peço à Sr.ª Secretária Deputada Idália Salvador Serrão o favor de ler o voto.
A Sr.ª Secretária (Idália Salvador Serrão): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o voto é do seguinte
teor:
«A agressão militar à Líbia, liderada pela NATO e apoiada pela União Europeia, provocou a destruição do
Estado, dos seus órgãos de governo e de infraestruturas materiais, encaminhando o país para uma situação de
desagregação, provocando a degradação geral das condições de vida e expondo a população a uma guerra de
agressão que ainda hoje produz efeitos devastadores.
Alimentada e financiada a partir de países terceiros, com a intervenção dos Estados Unidos da América e
seus aliados no apoio a grupos militares terroristas, a guerra lançou a Líbia numa situação de eliminação das
mais elementares liberdades e direitos, de miséria e carência material, de crise humanitária crescente, com a
existência de fluxos migratórios de milhões de homens, mulheres e crianças.
A situação, reconhecida pela ONU, em que se encontram milhares de migrantes sujeitos à exploração e ao
tráfico de seres humanos e as recentes notícias sobre a situação dos refugiados que, fugindo da guerra e da
destruição, caem nas malhas da escravatura e do tráfico, demonstram o resultado direto da agressão contra a
Líbia promovida pela NATO e pela União Europeia.
Considerando a grave crise na Líbia e o incremento dos crimes de tráfico de seres humanos e tráfico de
migrantes;
Considerando a necessidade de garantir a defesa dos direitos dos refugiados e de salvaguardar as suas
vidas;
Considerando as responsabilidades da União Europeia na crise e rejeitando a política de impedimento da
chegada de migrantes e refugiados ao espaço da União Europeia, condenando à morte, ao tráfico e à
escravatura milhares de homens, mulheres e crianças;
A Assembleia da República condena o tráfico de seres humanos, o tráfico de migrantes e a escravatura,
consequências da agressão militar à Líbia, compromete-se com o combate ao crime organizado, nos termos da
Resolução n.º 2380 do Conselho de Segurança da ONU, e exige da União Europeia o respeito pelos direitos
dos refugiados, apelando ao cumprimento das obrigações dos Estados-membros no âmbito do acolhimento de
refugiados».
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acaba de ser lido.
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do PS e do CDS-PP, votos a favor do BE, do
PCP, de Os Verdes e do PAN e abstenções dos Deputados do PS Rosa Maria Albernaz e Santinho Pacheco.