13 DE DEZEMBRO DE 2017
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Com estas petições, Os Verdes entenderam arrastar para discussão um projeto de resolução que tem como
título «Contagem de todo o tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira».
Como é do conhecimento público, há praticamente uma década que os trabalhadores da função pública
estão sob esta máxima terrível do congelamento das carreiras, uma medida profundamente injusta, que foi
prometida, ainda por cima, como temporária e que se arrastou, arrastou, arrastou, como é do conhecimento, e
essas pessoas são vítimas, efetivamente, dessa medida que foi tomada.
Nesse sentido, uma das grandes batalhas de Os Verdes desde o início da Legislatura é que se proceda ao
descongelamento das carreiras, o que é da mais elementar justiça.
Assim, o Orçamento do Estado para 2018, aprovado há pouco tempo pela Assembleia da República, prevê
esse descongelamento. Porém, existem carreiras onde o tempo de serviço é, entre outros fatores, determinante
para a progressão e para a respetiva valorização remuneratória.
Num primeiro momento, como é também sabido, o Governo procurou que esse tempo de serviço não fosse
contabilizado. Contudo, a luta expressiva, designadamente dos professores, obrigou o Governo a gerar um
diálogo com as suas estruturas representativas.
No âmbito da discussão do Orçamento do Estado, na especialidade, Os Verdes apresentaram uma proposta
concreta que determinava que, para efeitos da progressão na carreira, seria considerado todo o tempo de serviço
prestado pelos trabalhadores no período de congelamento das respetivas carreiras. Os Verdes apresentaram
essa proposta por ser profundamente injusta a intenção e realizar um «apagão» sobre esse tempo de serviço
prestado.
A proposta foi, contudo, rejeitada e o grande argumento para a rejeição da proposta de Os Verdes, avançado
designadamente pelo PS, e também corroborado pelo Governo, era a intenção de dialogar com os sindicatos
em relação a essa questão.
Os Verdes relembram que os sindicatos nunca abdicaram desse diálogo, avançaram até com a possibilidade
de essa contagem de tempo de serviço poder ser faseada mas não apagada.
Portanto, neste momento, impõe-se a abertura e a continuação das negociações e desse processo de diálogo
com os sindicatos, com vista a encontrar soluções justas para a contagem de todo o tempo de serviço para
efeitos de progressão na carreira.
Aquilo que Os Verdes dizem e redizem é que o congelamento foi de uma injustiça brutal, mas é importante
que a solução…
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, peço-lhe que termine, por favor.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino já, Sr. Presidente.
Como dizia, é importante que a solução, que é o descongelamento, não se transforme, também, numa
profunda injustiça.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Porfírio Silva.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por saudar os peticionários e
os grupos parlamentares que apresentam iniciativas neste debate.
Esta Legislatura tem sido um tempo de aposta na educação e, para o PS e para o Governo, investir na
educação é também investir nos seus profissionais.
Quero relembrar só alguns momentos: o fim da requalificação para os professores; o fim da bolsa de
contratação de escola; o contínuo reforço do número de assistentes operacionais, agora com perspetivas de
futura vinculação; a nova portaria dos rácios, que está a permitir reforçar estruturalmente o pessoal não docente
nas escolas; a criação o Grupo de Recrutamento de Língua Gestual Portuguesa; a revisão dos intervalos do 1.º
ciclo; a harmonização dos calendários do pré-escolar e do 1.º ciclo; o regresso do investimento na formação
contínua dos professores; a revalorização da monodocência; encetámos o combate à precariedade laboral; a
vinculação extraordinária que abrangeu de uma só vez cerca de 3400 professores; a melhoria da norma-travão,
sendo que o Orçamento do Estado para 2018 já tem os meios para nova vinculação extraordinária, mais uma
vez com números muito relevantes e novamente vai ser melhorada a norma-travão; a confiança nos professores
como profissionais, que é, em si mesma, uma aposta na melhoria educativa, como mostra o projeto da