I SÉRIE — NÚMERO 26
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quer fazer crer, esta medida faz parte de um pacote bem mais largo, o da agenda para a igualdade no mercado
de trabalho, onde já foram aprovadas muitas medidas, nomeadamente o aumento do salário mínimo nacional,
que fez diminuir as desigualdades salariais entre homens e mulheres, porque são as mulheres que mais
beneficiam do aumento, dado que são elas que têm remunerações mais baixas.
A lei da representação equilibrada entre homens e mulheres nas lideranças das empresas, que vai começar
a ser aplicada a partir já do próximo ano, também vai contribuir para a diminuição das desigualdades salariais,
assim como os incentivos, que têm sido muitos, à utilização da licenças de parentalidade por parte dos homens
e a diminuição do desemprego em 2016, que foi de 11,4%, tendo saído da situação de desemprego 41 500
mulheres,…
O Sr. João Azevedo Castro (PS) — Muito bem!
A Sr.ª Elza Pais (PS): — … que passaram a ter um salário, que não tinham ou que a direita lhes retirou.
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Oh!…
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Citei apenas alguns exemplos.
Portanto, é falso, Sr.ª Deputada Sandra Pereira, e é incorreto o PSD dizer que não há informação sobre a
estratégia que o Governo está a desenvolver.
Protestos da Deputada do PSD Sandra Pereira.
Há informação, podem é não concordar com a estratégia que é, aliás, bem mais corajosa do que as propostas
que os senhores promoveram quando eram Governo. Passou-se de uma autorregulação para uma imposição,
diminuiu-se o desemprego das mulheres e está a aumentar e vai continuar a aumentar o salário mínimo nacional.
Dizem que desconhecem, mas é desatenção ou pura demagogia, que é absolutamente dispensável nesta
matéria. Ainda assim, saudamos o vosso esforço na convergência, tal como saudamos os diplomas de Os
Verdes e do PAN, que, obviamente, aprofundaremos na especialidade.
Portanto, Sr.ª Ministra, Sr.ª Secretária de Estado e Sr. Secretário de Estado, saudamos-vos por esta
proposta, que muito vai contribuir para combater as discriminações e as desigualdades salariais no nosso País.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Sandra Cunha, do Grupo Parlamentar do Bloco de
Esquerda.
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Sr.ª Secretária de
Estado, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: A igualdade entre mulheres e homens foi consagrada no Tratado de
Roma, há 60 anos, como um dos valores fundamentais da União Europeia.
O princípio do salário igual para trabalho igual é um dos pilares centrais dessa igualdade. Contudo — e como
já aqui foi dito hoje várias vezes e por diversas bancadas —, 60 anos depois, os dados revelam que a
desigualdade salarial continua a ser uma realidade europeia, e Portugal não é exceção.
Aliás, durante os anos de governação da troica e do PSD/CDS em Portugal, acentuaram-se essas
desigualdades e, nesse período, Portugal foi dos países europeus onde mais se intensificou essa diferença.
Atualmente — já aqui foi dito também —, a remuneração média mensal das mulheres é inferior à dos homens
em 16,7%. Se incluirmos outras componentes, como suplementos, prémios, etc., essa diferença chega
praticamente aos 20%. Não admira que as mulheres continuem a ser, efetivamente, as mais vulneráveis à
pobreza e à exclusão social.
É indiscutível que em pleno século XXI vivemos ainda em sociedades profundamente sexistas e com
enormes desequilíbrios de género. Em termos de participação no mercado de trabalho, as mulheres estão em
patamares de igualdade no que respeita ao trabalho a tempo inteiro, e, aliás, se formos ver as qualificações