20 DE DEZEMBRO DE 2017
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Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para apresentar o projeto de resolução do PSD, tem a palavra o Sr.
Deputado António Costa Silva.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estes dois últimos anos não
têm sido nada saborosos para as nossas empresas, sobretudo para as micro, pequenas e médias empresas.
As empresas têm sido sistematicamente atacadas por este Governo. O agravamento fiscal no alojamento local
e noutros setores dinâmicos da atividade económica, o aumento do IRC (imposto sobre o rendimento das
pessoas coletivas), do ISP (imposto sobre produtos petrolíferos), da derrama, do IUC (imposto único de
circulação), os impostos sobre o açúcar e outros têm vindo a agravar fortemente a capacidade de tesouraria das
empresas.
Este sucessivo agravamento fiscal provocado pelo Governo das esquerdas não tem sido nada saboroso para
as micro, pequenas e médias empresas.
A instabilidade fiscal é outra matéria que preocupa fortemente as empresas. Todos os anos é o mesmo
drama: as empresas estão sempre assustadas com o panorama que aí vem e todos os anos existem
agravamentos fiscais.
Compromissos de médio prazo, tal como foi acordado pelo PS com o PSD e o CDS, como foi exemplo a
estabilização do IRC, nada interessam a este Governo. São raríssimas as vezes que este Governo assume
compromissos de médio e longo prazo, tudo é medido na perspetiva do curto prazo, apenas para responder às
clientelas habituais.
Também ao nível da eliminação de problemas e bloqueios legais e administrativos, este Governo nada fez.
No Governo PSD/CDS, apesar do contexto de grandes dificuldades que o País atravessava, foram dados
passos muito positivos sobre esta matéria. Dou o exemplo da medicina do trabalho, sobretudo para as micro,
pequenas e médias empresas: uma portaria de maio de 2014 veio permitir a possibilidade de serem os médicos
de família, nos centros de saúde, a assegurar as consultas de medicina no trabalho a trabalhadores
independentes e trabalhadores de microempresas. Essa medida foi revogada pelo atual governo. Não se
lembram?!
A pergunta é simples: alguém sabe responder porquê? Por que é que o Governo revogou esta medida? Esta
medida não era melhor para as MPME? Não baixava custos de contexto das empresas? E os partidos das
esquerdas não se incomodam com esta decisão? Quais são as desculpas para a defender?
Na perspetiva do PSD, o Estado tem a obrigação de suprimir os entraves que dificultam a atividade
económica e o investimento, por um lado, através da melhoria da legislação, da consolidação da legislação
existente e evitando a criação de restrições injustificadas aos agentes económicos, e, por outro, mediante a
eliminação do peso burocrático e da minimização dos custos de contexto para as empresas.
O Grupo Parlamentar do PSD propõe as seguintes iniciativas: criação e implementação dos programas
necessários ao desenvolvimento nas micro, pequenas e médias empresas do setor da indústria, de processos
de requalificação empresarial mais competitivos, suscetíveis de absorver profissionais qualificados e de
potenciar o surgimento de novas fileiras produtivas, geradoras de um aumento das exportações e de
desenvolvimento económico; estudo da redução dos custos fixos e de contexto que dificultam o desenvolvimento
económico, tendo como grandes objetivos a redução e a harmonização de taxas relativas à eletricidade, aos
combustíveis, ao tratamento de resíduos e de outras matérias que agravam a vida das empresas; proceder-se
à feitura de um livro branco para a consolidação, atualização e simplificação da legislação da área económica;
criação de uma comissão permanente para a desburocratização da economia, onde as entidades mais
representativas do setor empresarial e social tenham obrigatoriamente assento; proceder-se à simplificação dos
atos sujeitos a registo, mediante a partilha imediata da informação entre os vários serviços da Administração
Pública e, bem assim, de todos os editais e outras informações, até agora de afixação obrigatória nos
estabelecimentos da restauração, de bebidas e similares e outros estabelecimentos comerciais.
A eliminação de problemas e bloqueios legais e administrativos que dificultam a vida às empresas deve ser
uma prioridade.
Esta é uma prioridade para o PSD.